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Capital

Mulher que esquartejou chargista muda postura e se cala na frente do juiz

Clarice Silvestre de Azevedo está presa pelo crime desde novembro do ano passado

Marta Ferreira | 17/05/2021 17:45
Clarice, à esquerda, durante videconferência direto do presídio onde cumpre preventiva. Ao lado, o filho, João Vitor, que está respondendo em liberdade. (Foto: Reprodução de vídeo)
Clarice, à esquerda, durante videconferência direto do presídio onde cumpre preventiva. Ao lado, o filho, João Vitor, que está respondendo em liberdade. (Foto: Reprodução de vídeo)

No cárcere desde 24 de novembro do ano passado por assassinar o chargista Marco Antônio Rosa Borges, de 54 anos, a massoterapeuta Clarice Silvestre de Azevedo, 44 anos, mudou a postura no interrogatório feito pelo juiz Carlos Alberto Garcete, como parte do encerramento da primeira fase processual. Se na etapa policial, confessou o crime, dando detalhes no depoimento à DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicidios), na videconferência desta segunda-feira (17), decidiu usar o direito legal do silêncio.

O mesmo comportamento foi adotado pelo filho de Clarice, João Vitor Silvestre de Azevedo, 21 anos, réu junto com ela. Após admitir na DEH, logo após a descoberta do assassinato, ter ajudado a mãe a esquartejar e colocar os pedaços do corpo da vítima em uma mala, jogada e incendiada em terreno do Jardim Corcovado, em Campo Grande, o jovem também se calou sobre o crime na audiência da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

Foram gravadas as duas falas dos acusados ao delegado Carlos Delano, responsável pela apuração policial. Clarice contou ter matado o chargista a facadas e chamado o filho para se livrar do corpo. Atribuiu o crime à reação a episódio de violência. Disse ter levado um tapa de Marcos, que era seu cliente e ao mesmo tempo mantinha relacionamento amoroso.

A partir disso, afirmou, esfaqueou a vítima, provocando a queda dela no andar de baixo no da casa onde  morava e atendia. Existiu a desconfiança de premeditação e de relato mentiroso sobre a cena do crime, mas a perícia não foi conclusiva a respeito.

Durante a sessão de hoje, foram ouvidas três testemunhas de defesa e feito o interrogatório dos réus. As testemunhas de acusação já haviam prestado depoimento.

Por isso, a próxima fase da ação criminal seriam as alegações finais da acusação e da defesa. Na sequência, o magistrado decide se manda os acusados ao júri popular.

Ainda não - Porém, isso só vai ocorrer quando tiver desfecho processo à parte aberto pelo defensor Gustavo Henrique Pinheiro da Silva, arguindo a declaração de insanidade mental de Clarice. Ela teria cometido o crime em espécie de "surto", derivado da presença de impulsos hostis, como alegado na petição a respeito.

O laudo psicológico foi anexado hoje no incidente processual, que corre em sigilo. Agora, a promotora Lívia Carla Guadanhim Barian e o defensor terão prazo para se manifestar sobre o entendimento do perito.

Depois disso, o juiz homologa ou não o laudo sobre a condição mental da ré.

Se Clarice for considerada inimputável pelo profissional, pode nem ir a júri, mas não quer dizer ser inocentada. Em casos assim, pode ser decretada medida de segurança para tratamento de doença psíquica em ambiente fechado.

Em Mato Grosso do Sul, isso ocorre normalmente em ambiente prisional.

Clarice cumpre a prisão preventiva no Estabelecimento Penal Irmã Irmã Zorzi, no Bairro Coronel Antonino. O filho está respondendo em liberdade.


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