Nascido para veraneio, bairro vira endereço de todo dia e cobra melhorias
Moradores participam de um censo para identificar total da população e área verde preservada
Nascido há 32 anos com vocação de casa de veraneio, o bairro Chácara dos Poderes passou a ser o endereço de todo dia e, agora, os moradores organizam um censo particular para atualizar a população e problemas.
Por enquanto, mesmo sem estatística, duas dificuldades se destacam: as estradas intransitáveis e o fato de ser o único bairro de Campo Grande sem linha do transporte coletivo. São 1.500 chácaras, que se espalham por 9 ,5 milhões de metros quadrados, com o título de maior bairro da cidade no quesito extensão.
“Inicialmente, foi idealizado um projeto como a Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Mas os loteadores começaram a vender em outros padrões. No último censo do IBGE, era aproximadamente mil pessoas, mas acreditamos que está muito defasado”, afirma Katiuscia Ferreira Roskosz, presidente da associação dos moradores.
No correr dos anos, as chácaras deixaram de ser ponto de visita aos fins de semana. “As pessoas vieram para morar. É um bairro próximo a dois shoppings e com maior densidade de árvores por pessoa”, conta Katiuscia, sobre os benefícios de estar perto de grandes centros comerciais e a poucos passos da natureza.
Na categoria problemas, além de não ter linha de ônibus, as condições das vias afugentam os entregadores dos Correios e motoristas de aplicativos. De acordo com a presidente da associação de moradores, foi pedido apoio dos vereadores para que o bairro passe a ter transporte coletivo urbano. Também já foi solicitada a pavimentação das principais vias do bairro: a EW 2 e NS 5. Os nomes das ruas correspondem aos pontos cardeais.
Perfil – Ao término do censo, a associação de moradores terá número de população, animais domésticos, área de Cerrado preservada e escolaridade. Como as chácaras são distantes, o trabalho também permite que os vizinhos se conheçam. “Tem muitos artistas plásticos, arquitetos. Pessoas que trabalham com artesanato, madeira, abelha, flores. Quem mora na Chácara dos Poderes tem estilo de vida diferenciado, mais sossegado”, afirma Katiuscia.
O trabalho conta com auxílio do francês Olivier Vilpoux, professor convidado da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e engenheiro agrônomo. O levantamento começou em outubro e o diagnóstico será divulgado em março.
