No Aero Rancho, má fama é pior que realidade, mas medo ainda persiste no bairro
Comerciantes dizem que roubos e furtos ainda são frequentes, mesmo com policiamento
A fama no Bairro Aero Rancho ainda paira como sombra entre os moradores da região. Os mais antigos dizem que a situação já foi pior, porém, o medo ainda é presente. Muitos acreditam que ainda é preciso reforçar o policiamento, principalmente contra casos de roubos e furtos.
Na noite de ontem, Gerson Viana Maciel, 37 anos, foi atingido a tiros, por volta das 20h, quando estava com a moto parada na Rua Graciliano Ramos, aguardando a esposa. Ele tenta correr e é ferido nas costas e braço esquerdo. Preliminarmente, o caso é tratado como tentativa de roubo.
Ao tentar correr, a vítima caiu na esquina com a Rua Monsenhor Sarrion, em frente ao comércio de Adriano Marques da Silva, 44 anos.
Silva é comerciante no bairro há 20 anos e conhece a fama do lugar. “Aqui não se pode sair e deixar o local sozinho”, diz. Ele mora no mesmo imóvel da conveniência e, no endereço anterior, diz que já foi vítima de invasão pelo menos duas vezes. “Toda semana algum comerciante aqui é vítima”. Para se precaver, instalou cerca elétrica e concertina nos muros.
O comerciante diz que o problema é mais relacionado a roubos e furtos e não se ouve falar de muitos casos de homicídio.
Para o morador Antônio Ferreira de Freitas, 68 anos, o Aero Rancho já teve casos mais violentos em outros anos. “Antigamente, matavam um e deixavam dois ou três amarrados para amanhã”. Agora, ouve falar de assaltos pelo bairro. “Mas também tem muito descuido das próprias pessoas, que saem com celular na mão. É aquele negócio: ‘A ocasião faz o ladrão’”.
Para o comerciante Ueliton da Silva, 33 anos, há um ano com loja de roupas na Rua Raquel de Queiroz, o problema são alguns indesejáveis moradores do bairro. “Aqui tem muito vagabundo, se puxar a capivara [ficha criminal], todos já foram presos”, disse. Segundo ele, falta efetividade na fase judicial. “Tem que manter preso, porque eles ficam uns dias, depois são soltos”.
Também com loja na mesma rua, Elizete Cristina Escobar, 31 anos, reclama do número de andarilhos na região. Dona de loja de tênis há 8 meses no bairro, diz que os policiais militares chegam rápido, mas nem sempre.
“Esses dias, tinha pessoal passando nota falsa, PM chegou rapidão”, lembrou. Em outra ocasião, quando houve furto envolvendo andarilhos, “demoraram para vir”. A lojista instalou câmeras pelo local. “Nunca fizeram nada comigo, mas tenho medo”, disse.
A reportagem entrou em contato com assessoria da PM sobre o policiamento na região e aguarda retorno.