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Capital

Nos postos de saúde, ambulantes são ombro amigo quando preciso

Quem escolheu, ou precisou, ganhar a vida vendendo alimentos próximos a unidades de saúde, cumpre função dupla com a clientela

Clayton Neves | 11/08/2019 09:25
Antônia Gonçalves Silva tem 65 anos e vende salgados em frente a UPA há 1 ano. (Foto: Paulo Francis)
Antônia Gonçalves Silva tem 65 anos e vende salgados em frente a UPA há 1 ano. (Foto: Paulo Francis)

Ao mesmo tempo em que entrega o salgado para a cliente, a aposentada Antônia Gonçalves Silva, de 65 anos, já vai escolhendo as melhores palavras para tentar confortar mais uma das centenas de pessoas que procuram a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Moreninha. Há um ano, a vendedora ambulante trabalha em frente ao posto de saúde e, segundo ela, o vínculo dos “tios do salgado” com os usuários vai além da relação comercial em diversos momentos.

"Somos uma espécie de ombro amigo. As pessoas chegam aqui nervosas porque querem ser atendidas logo ou então estão tristes por causa de um problema de saúde. Sempre tento acalmar e fazer a pessoa se sentir mais abraçada. Faço minha parte e ajudo como posso ", conta.

Samuel Morbach vende salgados e churros em frente a UPA há pelo menos 7 anos. (Foto: Paulo Francis)
Samuel Morbach vende salgados e churros em frente a UPA há pelo menos 7 anos. (Foto: Paulo Francis)

Na banca da dona Antônia, é possível encontrar variedades de salgados por R$ 2,50 ou também um cafézinho que sai por R$ 1,00. No entanto, a comerciante faz questão de deixar claro que o mais importante é oferecido de graça. “Uma boa conversa, um conselho e um abraço a gente sempre está pronto para dar”, diz com sorriso no rosto.

Na Upa Universitária, o vendedor Samuel Morbach, de 45 anos, também já é considerado conselheiro. Há 7 anos no local, ele conta que ouve atento a inúmeros desabafos, motivados por dores, mau-estar e as clássicas reclamações por demora no atendimento e falta de médico. "Aqui na frente a gente vê o sofrimento e desespero de muita gente. Quando a pessoa dá liberdade tento aliviar isso de alguma maneira", explica.

E assim, de conversa em conversa, os ambulantes vão ganhando a simpatia da clientela que, por um momento, até esquece que está em busca de ajuda médica. "Ela sempre é maravilhosa. A conversa às vezes vale mais que os R$ 2, 50 que a gente paga no salgado", confirma um dos clientes da dona Antônia.

Em Campo Grande, há 26 "pontos" por onde eles se espalham, considerando o número de unidades de saúde. Destas, 10 estão abertas 24h, caso das UPAs (Unidade de Pronto Atendimetno) e dos Centros Regionais de Saúde. 

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