O trabalho indígena na produção do salgado mais popular da cidade
Trabalhando na produção de salgados, inclusive da esfiha que levou o prêmio de mais popular da cidade, Tomé Monteiro, 29 anos, conta que está no lugar que desejava trabalhar: uma cozinha.
Apesar da inclinação para a gastronomia, as restritas oportunidade de empego o levaram, primeiro, a ser servente de pedreiro. “É bem difícil conseguir emprego, não tem muita valorização”, afirma Tomé, que veio da aldeia Limão Verde, em Aquidauana, para Campo Grande.
“Lá não tinha serviços e resolvi vir para Campo Grande”, conta. Hoje, é um dos 19 funcionários indígenas do Thomaz Lanches, que tem duas lojas e um setor de produção em Campo Grande.
Elimar Leite Neves, 28 anos, está há quatro anos na empresa. Ele também morava na aldeia Limão Verde e buscava melhores oportunidades. Elimar guarda a vontade de retornar, mas, com um porém.
“Quero voltar bem-sucedido”, diz, sobre o desejo que o moveu a sair de Aquidauana aos 16 anos. Parte do desejo foi realizado, com aquisição de casa, motocicleta e carro. A empresa também emprega sua mãe e dois irmãos.
Oportunidade - O empresário José Thomaz Filho conta que a seleção é feita por meio de entrevistas, mas também acontece de a pessoa ser indicada por um dos funcionários. “Se a indicação vier de um bom funcionário, a confiança aumenta”, diz.
De portas abertas, a empresa tem 54 funcionários, sendo 19 indígenas. “Eles são muito dedicados. Apesar de comércio ter essa rotatividade, a maioria já está conosco há anos”, afirma. Neste ano, em concurso realizado pelo Campo Grande News, a esfiha do Thomaz foi eleita o salgado mais popular da cidade.