Pacientes amargam espera de pelo menos 3 horas em UPA lotada
Alguns relataram que foram para unidade das Moreninhas e foram encaminhados para Bairro Universitário
Na tarde desta segunda-feira (26), pacientes têm reclamado de demora no atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Universitário, em Campo Grande. Muitos desistem de esperar e voltam para casa, mesmo doentes, e vários têm dito que só há um clínico geral na unidade para atender toda a demanda.
Ariane dos Santos, de 20 anos, levou o filho Juan Gabriel, de 1 ano, que relatou dor no corpo e febre. “Criança é assim, deu febre a gente tem que vir. Estou aqui desde 13h e pouquinho, deve ter umas duas horas e meia, não passou nem pela triagem ainda”.
Ela relata que foi na UPA das Moreninhas, mas foi encaminhada para a unidade do Universitário. Ela lembra que já chegou às 13h em outro dia e foi atendida só às 20h. “No fim, para aguardar atendimento, o médico olhar na minha cara e passar uma dipirona. Além da espera, o atendimento é péssimo, são dois ou três médicos aqui que têm bom atendimento".
O consultor de obras Márcio Anunciação, de 51 anos, explica que a esposa sente dor no peito e formigamento no corpo, além de dores, e que chegou por volta das 13h. Entretanto, às 15h, o atendimento não tinha sido feito ainda. “Perguntei para a assistente social e ela já veio com ignorância, falou que dentro de uma hora, no máximo, tem que aguardar para ser atendido, mas já tem três horas que estamos aqui e eles não chamam ninguém”.
Segundo ele, algumas pessoas foram embora antes de serem atendidas. “Outros estão sentados ali esperando até agora”. O morador do Dom Antônio Barbosa comenta que, em todas as vezes que foi até a unidade, presenciou demora.
A manicure Bianca da Costa, de 25 anos, trouxe o filho Valentin da Costa, de um ano. Por volta das 12h, ele passou pela triagem, mas não tinha sido chamado até às 15h30. “Falaram que não tinha classificação de risco para ele, por isso não foi atendido. Outras pessoas com risco estão sendo passadas na frente”.
“Ele está sem comer desde ontem, com febre, e tudo que põe na boca dele ele vomita. Ele acorda, fica um pouco chorando e volta a dormir. Eu sempre vou na UPA das Moreninhas, mas hoje mandaram vir aqui. Falaram que lá não tinha pediatra e aqui tinha. Cheguei aqui e tinha um monte de paciente lá no fundo. Falaram que o pediatra foi embora e a gente não ia conseguir atendimento, aí passaram para o clínico geral atender as crianças”.
Todas as cadeiras estão ocupadas e algumas pessoas aguardavam em pé. Segundo apurado pela reportagem, apenas um clínico geral atendia neste horário e não havia pediatras. Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) afirmou que médicos clínicos atuam na unidade, atualmente.
A pasta garante que todos os pacientes são atendidos dentro do tempo protocolar, de até quatro horas para casos de menor gravidade, classificados como azul e verde. "Cabe esclarecer que o atendimento nas UPAs e CRSs, ou seja, nas unidades de urgência e emergência, se dá por gravidade e não por ordem de chegada", diz nota.
A secretaria afirma que há pacientes aguardando transferência ou em observação que precisam ser assistidos periodicamente o que impacta no "tempo de atendimento geral, quando há uma demanda muito grande".
Se necessário, finaliza a Sesau, o médico generalista está apto a fazer o atendimento tanto de adultos quanto de crianças.
(*) Matéria editada às 17h06 para acréscimo de informações.
