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Capital

Para abrir shopping, empresa exige desocupação esperada desde 2012

Leonardo Rocha e Paula Maciulevicius | 12/06/2013 09:26
Josiane espera a entrega das casas nas Moreninhas (Foto:Cleber Gellio)
Josiane espera a entrega das casas nas Moreninhas (Foto:Cleber Gellio)

O projeto do Shopping das Moreninhas depende de dois fatores para sair do papel e as obras começarem. Segundo o diretor executivo da Maxims Investimentos, Sérgio Gonçalves, responsável pelo empreendimento, são exigidas a abertura de uma nova via de acesso às Moreninhas e a retirada de 50 famílias de uma outra área da empresa.

O prefeito Alcides Bernal (PP), que esteve esteve nesta semana no local para analisar o projeto, prometeu aos empresários que vai solucionar estas questões.

Em relação às famílias, o prefeito ressaltou que estas já “asseguraram” vagas no residencial que está sendo construído nas Moreninhas, onde funcionava uma horta comunitária. Sobre a via de acesso, Bernal destacou que conseguirá o recurso por meio do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento), obra

Segundo informações dos investidores, o shopping irá gerar 1.000 empregos diretos e 2.500 indiretos. Ele terá 109 lojas, cinco salas de cinema e uma praça de alimentação para 1.200 pessoas. Sergio Gonçalves destacou que o investimento no local é de R$ 100 milhões e que este recurso já está disponível.

Famílias – De acordo com relatos dos moradores que aguardam o residencial José Maksoud ficar pronto, no bairro Moreninhas IV, a demora não foi exatamente justificada. No calendário, a entrega que seria feita em outubro de 2012, passou para janeiro, agosto e agora volta a outubro, um ano depois. Entre a troca da prefeitura, falta de documentação até a dificuldade em mão de obra, a extensão dos prazos já passou por todas essas explicações.

Cerca de 200 famílias são as mais prejudicadas na história. Estão em casas de alvenaria improvisadas nas ruas Ayrton Senna e Alto da Serra. Em março do ano passado, a Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande) passou de porta em porta fazendo o cadastro para transferi-los até o residencial.

“Vai sair, vai sair e não sai. Era ano passado, mudou para janeiro, junho e agora diz que é setembro ou outubro. A gente não pode mexer em nada nessa casa porque vai perder e eles nunca resolvem. Só fica na promessa”, descreve a dona de casa Luciana Macedo, 26 anos. Na residência de alvenaria moram ela e a filha, que vivem com o desgaste  e não podem fazer nada.

A vizinha Josiane Santana Pereira, 27 anos, tem enfrentado drama maior. Segundo ela, as constantes rachaduras na casa provocam “medo” sobre uma possível queda de parte do telhado. Josiane, o marido e três filhos são inscritos no programa de casas da Emha desde março do ano passado, quando funcionários passaram na região fazendo o cadastro.

“A maioria das casas falta terminar. Eles tinham estipulado para agosto deste ano e olha que com a demora minha casa está toda rachada, mas se a gente arrumar vai perder dinheiro nas melhorias. Lá pelo menos eu vou investir no que é meu”, destaca ela.

Residencial – A equipe do Campo Grande News foi até o residencial. Das 482 casas, 60% delas já estão rebocadas e cobertas. Poucas delas chamam atenção: em 37 casas a pintura foi pré-realizada. Segundo apuração do Campo Grande News, a prefeitura ainda não decidiu a fachada e nem as cores que serão pintadas. O resultado é que não se pode concluir a pintura até que o projeto seja aprovado.

E enquanto não há uma decisão em cima disso, a obra continua seguindo em outras etapas como de cobertura, fiação e plantação de grama.

Na obra a informação é de que a indefinição da pintura ainda não atrapalhou o cronograma porque não há uma data para a entrega. Segundo a empreiteira que realiza a construção, Coplan, a obra começou em março e tem 18 meses para conclusão, ou seja, ainda está dentro do prazo estipulado em contrato.

Moradia improvisada, em área irregular.
Moradia improvisada, em área irregular.
Casas novas, aparentemente prontas.
Casas novas, aparentemente prontas.
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