Parceria com empresas garante preservação de 91 áreas públicas

Adotar e 'salvar' um espaço público, contribuir para a conservação de áreas verdes, oferecer ambientes para atividades de lazer e esporte e, em troca, divulgar o engajamento de empresas com a responsabilidade social.

Essa é a grande sacada do Propam (Programa de Parceria Municipal), que estimula a iniciativa privada a participar da manutenção de praças, parques, canteiros e rotatórias de Campo Grande.

Coordenado pelo Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano), o sistema foi criado há 23 anos, com a finalidade de reduzir gastos com a manutenção desses espaços e direcionar recursos para outros empreendimentos. 

Para quem adota, trata-se uma baita jogada de marketing: em contrapartida ao compromisso de cuidar da área por dois anos, a prefeitura permite que a empresa exponha sua marca em placa instalada no local escolhido.

Atualmente, são 91 áreas públicas adotadas, sendo que os 22 mais recentes convênios foram assinados no dia 7 de abril. Outros 11contratos estão em tramitação.

Entre as empresas que integram o programa, está a padaria do Roberto Souza Luiz, 44, que há 10 anos adotou 3 rotatórias da cidade. Nesse período, vem renovando os contratos, que têm validade de 2 anos. 

"Optei por assumir esse compromisso porque a iniciativa proporciona uma boa propaganda para minha empresa, pois nas rotatórias a movimentação de veículos é intensa. Também faço minha parte pelo bem do município”, acredita Souza, que tem padaria há 18 anos.

Ele comenta que existem certos obstáculos para manter as áreas adotadas em bom estado de conservação. “É enorme o índice de depredação. Não dá para colocar nada de valor, como bancos ou outros ornamentos, porque as pessoas levam tudo: flores, coqueiros, vasos, pedras, placas”, lamenta.

O jeito que ele encontrou para contornar o problema foi plantar espécies menos 'visadas'. “Comprei umas bem baratas, com espinho, porque são mais difíceis de serem arrancadas”, diz.

Quando não é roubo, os vândalos quebram ou estragam todo o canteiro, e ainda têm motoristas bêbados que 'atropelam' as placas.

“O gasto mensal é variável. Pago um salário mínimo para um funcionário cuidar das três rotatórias, que inclui limpeza, poda, roçada, irrigação, mais o custo com a reposição das plantas e placas, quando há depredação. Mas vale a pena, sim. Muitos clientes comentam sobre a iniciativa”, afirma.

Para participar do Propam, é preciso apresentar solicitação contendo informações sobre a área que deseja adotar, acompanhada da documentação do proponente. A relação está disponível no site da agência. Também é preciso apresentar proposta paisagística.

"É possível requerer à uma equipe da Planurb a elaboração de um estudo paisagístico para a área", informa a agência, por meio da assessoria de imprensa.

Os locais adotados são identificados com placas de acordo com padrões fornecidos pela Planurb, com o slogan “Área Adotada por”, seguido do nome da empresa ou pessoa física. O convênio é firmado por dois anos, podendo ser renovado.

"Após a formalização, as empresas devem conservar a área limpa, por meio de pequenos reparos, promover vigilância no local, preservar as espécies vegetais existentes, buscando melhorias urbanas, ambientais e paisagísticas", informou.

Ainda há espaços públicos 'órfãos', como a Praça do Peixe, Praça do Rádio e Praça Ary Coelho. Podem adotar pessoas físicas, empresas, indústrias, comércios em geral, prestadores de serviços, escolas e Ong's. Contatos pelo telefone (67) 3342-8822.