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Parque das Nações estuda regras para utilização do espaço por grupos

Hoje, 6 grupos montam estrutura no local, mas não há qualquer regra para evitar abusos.

Liniker Ribeiro | 27/09/2018 10:28
Parque das Nações estuda regras para utilização do espaço por grupos
Tenda montada por grupo que prática funcional no Parque das Nações (Foto: Paulo Francis)

É cada vez maior o número de academias e profissionais usando o Parque das Nações Indígenas como ponto de treinos funcionais. Hoje, 6 grupos organizados montam tendas no gramado ao redor do lago, ocupam a quadra de areia e tornam o espaço vivo. Mesmo assim, 25 anos depois da inauguração, o lugar ainda não tem regulamentação de uso para esse tipo de atividade, com conjunto de regras para evitar abusos e impacto ambiental. Atualmente, o que vale para uma pessoa comum, vale também para empresas e até festinhas realizadas no local.

"Nós temos trabalhado no planejamento de um método para regulamentar todas as academias e grupos que praticam esporte no local. O documento ainda está em fase de levantamento, mas a ideia é ter um controle ainda melhor de quem frequenta e, possivelmente, o número de academias será limitado", diz Leonardo Tostes Palma, gerente de unidade que é administrada pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).

Equipes estudam como funciona a rotina de outros parques brasileiros, como o Ibirapuera, como referência para as normas locais. Há locais, por exemplo, que permitem festinhas de aniversário, mas sem uso de balões de vinil, por ser produto poluente.

Hoje, no Parque das Nações, a ocupação é permitida e totalmente gratuita, ninguém precisa pagar para instalar a tenda, ou até fazer uma festinha com mesas sobre o gramado. De acordo com o Imasul, os grupos precisam apenas cumprir normas básicas, as mesmas estipuladas qualquer frequentador.

"Eles ficam responsáveis pelo lixo produzido, se comprometendo a levar tudo embora, não podem atrapalhar a utilização do parque por parte dos demais frequentadores e devem preservar a área verde, assim como os animais", explica Leonardo.

Parque das Nações estuda regras para utilização do espaço por grupos
João Andrade, professor que há quatro anos atende no local (Foto: Paulo Francis)
Parque das Nações estuda regras para utilização do espaço por grupos
Instrutores e alunos usando equipamentos montados em área do Parque das Nações (Foto: Paulo Francis)

O Imasul afirma que equipes vistoriam de perto as atividades realizadas no local. Em casos de equipamentos e estruturas maiores - como tendas e equipamentos usados na prática dos exercícios - a administração do parque lembra que nada muda, elas podem ser usadas, mas a orientação é de que isso seja avisado com antecedência para que um documento seja emitido com o objetivo de evitar transtornos.

"Tem gente até que resolve fazer aniversário no Parque e quer montar mesas, tendas, não tem problema", diz Leonardo ao destacar novamente os cuidados necessários. "Como o espaço é público, só temos que cuidar".

João Andrade, de 44 anos, é professor e instrutor de exercícios funcionais. Há quatro anos, ele e sua equipe montam tendas, bancos e toda uma estrutura que conta ainda com colchonetes para que ao menos 50 pessoas treinem no local, entre às 17h e 21h.

"Aqui tem todo o tipo de cenário que contribui para a prática de determinados exercícios, como rampa, grama, além do clima também ajudar devido ao lago. Como usuário, cuido muito essa questão do lixo, por isso temos lixeira na tenda", afirmou o profissional.

O professor também garante que orientação para manter o local limpo e preservado se estende a outros usuários. "Instruímos até quem não treina com a gente a não jogar nada no chão", afirmou dizendo também que rola até puxão de orelha nos pais de crianças mais agitadas. "Às vezes eu vejo criança correndo atrás dos animais, gritando com as capivaras, então procuro orientar sobre isso também", ressaltou.

Parque das Nações estuda regras para utilização do espaço por grupos
Capivara andando tranquilamente próximo de um frequentador (Foto: Paulo Francis)

Todos os dias, no fim do expediente, a estrutura montada pelo grupo é retirada do local. Mas em quanto montada, João garante ajudar até quem não treina com ele. "Temos banquinhos, então muita gente que está caminhando por aqui ou passeando mesmo, para e pede para sentar. Não vejo problema nenhum, apoio todo a população".

Outro profissional que reúne um bom número de pessoas para treinar ao ar livre é o professor de corrida Diego Arruda, de 34 anos. Se dividindo em dois turnos (sendo das 6h às 8h e das 18h às 20h), ele garante que os equipamentos usados na prática de exercícios funcionais não afetam os demais visitantes. "A gente se preocupa das pessoas acharem ruim de usarmos aqui, mas a verdade é que estamos promovendo a prática de esportes, assim como o local" revelou.

Ainda segundo ele, ninguém nunca reclamou e, para continuar contando com o apoio de todos, a orientação é sempre a mesma: "Não jogar lixo em qualquer lugar". Além de professor, Diego não deixa de levar a família para passear no local nos fins de semana. "Eu também uso e treino aqui, gosto da localização, principalmente por ser um ambiente mais fresco", complementa.

Quem vai ao Parque só para passear, como a dona de casa Brenda Fonseca, de 33 anos, que levou a filha para brincar, afirma não se incomodar. "Isso é legal. Aqui tem espaço para todo mundo, nunca nos incomodou. Queria eu ter disposição para treinar assim todos os dias", brinca.

Confira a galeria de imagens:

  • Professor e aluna durante exercício realizado em colchonetes (Foto: Paulo Francis)
  • Brenda Fonseca (na direita) ao lado da amiga, Eleneide; elas levam as filhas para passear no parque (Foto: Paulo Francis)
  • Diego Arruda, professor de corrida (Foto: Paulo Francis)
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