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Capital

"Pedreiro Assassino" fica 2 horas em clínica para exame sobre saúde mental

Defesa diz que ele ele não tem condições psíquicas de ser responsabilizado por assassinatos confessados

Marta Ferreira | 19/08/2020 14:20
Cleber Souza de Carvalho ficou em clínica psiquiátrica por cerca de duas horas nesta manhã. (Foto: Silas Lima)
Cleber Souza de Carvalho ficou em clínica psiquiátrica por cerca de duas horas nesta manhã. (Foto: Silas Lima)

Matador confesso de sete pessoas, o homem que ficou conhecido como “Pedreiro Assassino” foi submetido na manhã desta quarta-feira (19) a exame psiquiátrico, como parte do incidente de insanidade mental aberto no processo pelo homicídio do comerciante José Leonel Ferreira dos Santos, de 62 anos, o primeiro a ser descoberto.

A perícia, a cargo do médico Rodrigo Abdo, vai dizer em resumo se Cleber de Souza Carvalho, 43 anos, tem saúde mental para entender os crimes que cometeu e se pode ser responsabilizado por eles, ou seja, se é ou não inimputável, como argumenta a defesa.

Cleber deixou o IPCG (Instituto Penal de Segurança Máxima de Campo Grande), onde está preso preventivamente, e foi escoltado até a clínica do médico, no Centro. Ficou lá por duas horas e voltou para a unidade prisional.

O laudo do perito forense nomeado pelo juiz do caso, Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, vai ser anexado ao caso. A partir daí, será decidido o andamento da ação criminal contra o serial killer.

Na denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), derivada de investigação da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), Cleber é apontado como autor de homídio qualificado e ocultação de cadáver. A filha de Cleber, Yasmim Natasha Gonçalves Carvalho, de 19 anos, também é ré pelos mesmos crimes, assim como a esposa do “Pedreiro Assassino” e mãe da jovem, Roselane Tavares Gonçalves, 40 anos.

Elas estão presas em Corumbá. Yasmim também será submetida a exame psiquiátrico. No caso dela, a alegação é de deficiência intelectual. A data da perícia ainda não foi definida.

Os crimes do quisl o trio é acusado nesse processo têm pena prevista de até 38 anos de prisão.

Caminhos - Resultado pericial apontando que Cleber e a filha têm algum tipo de distúrbio psiquiátrico, e são inimputáveis criminalmente, não quer dizer que eles serão soltos simplesmente.

Em casos assim, o Código de Processo Penal estabelece a possibilidade de imposição de medida de segurança para tratamento psiquiátrico. Na prática, em Mato Grosso do Sul determinações assim são cumpridas em unidades prisionais, uma vez que não há hospital de custódia.

O caso do semelhante mais conhecido é o do “Maniaco da Cruz”, como ficou conhecido o adolescente de Rio Brilhante que matou três pessoas, em 2008, e até hoje está encarcerado. Como era menor de idade, ele ficou internado pelo prazo legal, três anos, mas nunca ganhou a liberdade. Segue cumprindo o que a lei chamada de medida de segurança  no IPCG.

Pessoas nessa situação são submetidas, a critério da Justiça, a exame criminológico de tempos em tempos, para decidir se estão em condições de voltar ao convívio social.

A defesa de Cleber, ao alegar insanidade mental, afirma que ele sofre de algum tipo de distúrbio que o torna alguém incapaz de responder por seus atos. Ele já é réu em dois processos, pela morte de José Leonel e de Timóteo Pontes Roman, 62 anos.

Usualmente, é feita uma perícia apenas, e o resultado é compartilhado entre os processos.

Os crimes aconteceram na região da Vila Nasser, onde Cleber e família viviam, e começam a ser descobertos no dia 7 de maio, quando a família de José Leonel percebeu a ausência dele e foi procura-lo em casa. No lugar, encontraram pai, mãe e filha. A Polícia Civil foi acionada, localizou o corpo enterrado no quintal e a partir da confissão das duas mulheres, o assassinato cruel foi descoberto.

Elas foram presas primeiro. Cleber foi localizado uma semana depois, pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar, no dia 15 de maio. Entre a noite desse dia e o dia seguinte, confessou e ajudou os policiais a localizarem mais seis corpos.

Os cinco inquéritos contra ele ainda estão em andamento.

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