“Pensei que teria mais tempo”: filho lamenta morte de pai entregue às drogas
Adriano Felipichuki foi encontrado morto nesta terça-feira, em um barraco improvisado na Vila Nhanhá

A vida de Adriano Felipichuki, de 52 anos, chegou ao fim de forma silenciosa e solitária, em um barraco improvisado às margens de um córrego na Vila Nhanhá, em Campo Grande. Usuário de drogas e em situação de rua há anos, o homem foi encontrado já em estado de decomposição por outro morador de rua, que alertou um pastor da região. O religioso, que conhecia a família e tentava auxiliar sempre que podia, foi quem deu a notícia ao filho dele, Fábio Leonardo Cerveira Felipichuki.
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Adriano Felipichuki, 52 anos, foi encontrado morto em um barraco improvisado na Vila Nhanhá, Campo Grande. Morador de rua e usuário de drogas, ele foi achado em estado de decomposição. A notícia foi dada ao filho, Fábio Leonardo Cerveira Felipichuki, 24 anos, por um pastor que conhecia a família. Fábio lamentou a morte do pai e expressou frustração pela falta de assistência social. Ele relatou que a mãe também sofre com dependência química e está internada em uma clínica particular em São Paulo, devido à falta de opções públicas adequadas. Adriano trabalhava como catador de recicláveis e tinha contato esporádico com a família.
Fábio, de 24 anos, carrega nas palavras o peso da impotência diante de uma realidade dura e pouco assistida pelo poder público. “Perdemos ele para as drogas há muito tempo. Eu morei com ele até os 14 anos. Pensei que teria mais tempo para ajudar, como estamos fazendo com a minha mãe”, desabafa.
Adriano morava com a esposa — mãe de Fábio — em situação de rua. Recentemente, ela foi internada em uma clínica terapêutica particular em São Roque (SP). Segundo Fábio, a internação foi um passo difícil, mas necessário, já que ela também enfrenta a dependência química e possui deficiência mental. “Ela ainda não sabe da morte dele. Vamos avisar primeiro a equipe médica, porque ela não tem condições de receber essa notícia sozinha.”
Fábio explica que a escolha por uma clínica particular se deu pela falta de estrutura e continuidade nos tratamentos oferecidos pelo sistema público. “O governo não tem muita ajuda funcional para pessoas nessa situação. A única opção viável é particular. Tem que ser locais onde eles não possam sair até o fim do tratamento, porque, quando sentem a abstinência, voltam para as drogas.”
Adriano era catador de recicláveis e mantinha um convívio frágil com a família, especialmente após a internação da esposa. A última vez que foi visto com vida foi na sexta-feira, segundo relato do pastor. O óbito foi oficialmente constatado na terça-feira (6).
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