ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 22º

Capital

Picape usada em execução de PM era clonada, contam filho e dona do carro

Dona do carro ficou sabendo do crime enquanto ia com o veículo fazer compras no Paraguai

Adriano Fernandes | 11/06/2018 22:50
Bombeiros contendo as chamas do veículo na manhã desta terça-feira (Foto: Saul Schramm)
Bombeiros contendo as chamas do veículo na manhã desta terça-feira (Foto: Saul Schramm)

Uma família do Jardim Paulista, em Campo Grande, viveu momentos de aflição na manhã desta segunda-feira (11), depois que o veículo de uma dona de casa de 60 anos, que estava viajando, foi associado a execução do policial militar reformado, Ilson Martins de Figueiredo, de 62 anos, na Avenida Guaicurus.

A picape Fiat Toro vermelha, que a polícia suspeitava ter sido roubada por criminosos para o crime, foi clonada, segundo relatos da família que fez contato com o Campo Grande News nesta noite e se apresentou como dona do veículo original. 

O advogado, de 40 anos, que é filho da mulher, contou que a situação teve início depois que os investigadores – após checagem nos sistema da Polícia Civil -, identificaram o endereço da possível proprietária.

Para piorar, a mãe havia saído de viagem durante a madrugada com outros familiares. O filho diz que ela tinha ido fazer compras com outros familiares em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, na fronteira com Ponta Porã, no sul do Estado.

A fronteira seca é constantemente utilizada como rota de fuga por criminosos, além do país vizinho ser ainda destino frequente de carros roubado e furtados no Brasil.

“Eu sabia que eles iam sair logo cedo, mas acordei às 7h30 com um policial me avisando que o carro da minha mãe tinha sido encontrado queimado, após o possível envolvimento com um crime. Fiquei desesperado”, relata o advogado.

Para piorar o mal entendido, ele conta que após a notícia, não conseguia falar com a família que estava na estrada. “Foram 15 ou 20 minutos de puro desespero. Minha irmã quase desmaiou, toda família ficou desesperada porque o mínimo que imaginamos é que eles tinham sido abordados e mortos durante o roubo do carro. Só depois que fomos entender o que de fato tinha acontecido”.

A situação foi sendo esclarecida só depois que a mulher atendeu o telefone, mas também sem fazer a menor ideia do ocorrido na Capital. “Eles nos ligaram muito nervosos e a gente sem nem sequer imaginar o que tinha acontecido. Assim que eles me avisaram eu abordei uma viatura e perguntei o que poderia ter acontecido. Como assim meu carro tinha sido encontrado queimado, sendo que eu estava viajando com ele?”, questionou ainda atordoada, a dona do veículo.

Do percurso de ida e volta de Campo Grande a Ponta Porã, a família foi abordada duas vezes por policiais, devido a placa do veículo ser a mesma do carro incinerado após a execução, continua relatando a dona do carro. Eles só chegaram à Capital por volta das 20h.  

“Mas imagina como eu fiquei depois que avisaram que meu nome poderia estar associado a um crime? Meus filhos choraram, meu irmão quase teve um problema do coração. Só agora que estamos entendendo a barbaridade que ocorreu”. 

O crime - Ilson Martins de Figueiredo foi assassinado com cerca de 45 tiros de fuzil AK-47 e carabina 556, nesta manhã, na avenida Guaicurus, em Campo Grande. Ele era o chefe da segurança da Assembleia Legislativa. 

Os pistoleiros usavam uma picape Fiat Toro e outra caminhonete Toyotta Hilux Sw4, na execução. Ambos veículos foram incendiados logo após o crime.

A picape Toro foi a primeira a ser encontrada pela polícia após o crime. O utilitário estava numa estrada vicinal, que fica na região da BR-163, na saída para São Paulo, em Campo Grande. 

Matéria editada às 6h55 do dia 12 de junho para acréscimo de informação.

Nos siga no Google Notícias