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Capital

Pivô em roubo de joia e morte de policial, travesti matou empresário

Graziela Rezende | 29/05/2014 10:24
Travesti alegou inocência a todo o momento. Foto: Marcelo Victor
Travesti alegou inocência a todo o momento. Foto: Marcelo Victor

Apontado como o travesti que escondeu uma joia avaliada em R$ 85 mil e que, posteriormente culminou na morte do investigador Dirceu Rodrigues dos Santos, 38 anos, vítima de emboscada em janeiro deste ano, Lucas Greco Anastácio, 22 anos, também conhecido como “Natália” ou “Amanda”, é responsável pela morte do empresário Valdecir Minatelle, 41 anos.

“Nós descobrimos, em cinco meses de intensas investigações, com o depoimento de 15 testemunhas e a ajuda de câmeras de circuito interno, que os travestis fizeram um pacto de silêncio por um tempo. Eles temiam represália da Natália, uma travesti tida como violenta na região, principalmente pelo fato dela andar armada” afirma o delegado Tiago Macedo, responsável pelas investigações.

No entanto, com o desenrolar das buscas, os investigadores descobriram que Natália fazia uma abordagem criminosa dos clientes. “Quando alguém parava para combinar o programa, ele anunciava o assalto para levar a carteira e o celular da vítima. Foi assim com o pecuarista, no qual ele levou a jóia avaliada e, da mesma maneira, dois dias depois, com o Valdecir”, comenta o delegado.

Na ocasião, Valdecir combinava um programa com outro travesti, quando Lucas anunciou o assalto. “A vítima se assustou com a abordagem e tentou fugir. Ele foi alvejado por dois tiros com o carro em movimento e colidiu em uma árvore, morrendo no local. Natália fugiu com os seus pertences e demoramos um tempo para investigá-la, por conta do silêncio das testemunhas”, comenta o delegado.

Falsos clientes - Mesmo assim, investigadores passaram a frequentar a região, principalmente no período noturno, para descobrir o esquema. “Nós informamos a Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), que apurava a morte do policial, principalmente por conta da nossa suspeita do envolvimento da Natália. Ela já era foragida da Justiça, por conta de um crime de tráfico de drogas em Deodápolis e passou a residir na grande Campinas (SP)”, ressalta o delegado.

Quando retornou, a travesti foi monitorada e presa pela Polícia na sexta-feira (23), em Campo Grande. “Com a prisão da Natália, tiramos de circulação uma quadrilha que planejava roubar inúmeras vítimas na região da Vila Progresso. Foi assim no caso do Dirceu, do Valdecir e outros que poderiam ser evitados, não fosse a Justiça que o liberou logo depois ele ser indiciado pelo tráfico em dezembro de 2012”, avalia o delegado.

Delegado ressaltou cinco meses de investigações. Foto: Marcelo Victor
Delegado ressaltou cinco meses de investigações. Foto: Marcelo Victor
Travesti diz que é muito calmo e não se envolve em crimes. Travesti alegou inocência a todo o momento. Foto: Marcelo Victor
Travesti diz que é muito calmo e não se envolve em crimes. Travesti alegou inocência a todo o momento. Foto: Marcelo Victor
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