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Capital

'Placa-viva' ou improviso: sinalização precária espalha perigo pelas ruas

Aline dos Santos | 04/05/2016 15:39
Tomada por vegetação, sinalização de Pare virou "placa viva" no bairro Santa Fé.   (Foto: Alcides Neto)
Tomada por vegetação, sinalização de Pare virou "placa viva" no bairro Santa Fé. (Foto: Alcides Neto)
Janaína cansou de testemunhar acidentes e fez sinalização por conta própria. (Foto: Alcides Neto)
Janaína cansou de testemunhar acidentes e fez sinalização por conta própria. (Foto: Alcides Neto)

Tomada pela vegetação, esmaecida pelo tempo e até inexistente: a deficiência da sinalização de trânsito aumenta o perigo pelas ruas de Campo Grande. O problema ganha projeção para condutores ou quem testemunha pessoas quase morrendo na esquina de casa.

Depois de ver um motociclista sofrer fraturas múltiplas em acidente no cruzamento das ruas Floriano Paulo Corrêa e do Touro, na Vila Nhanhá, Janaína Benites, 35 anos, tomou uma resolução. Decidiu pintar a palavra Pare no asfalto. “Aqui precisa de sinalização tem muita criança, é perto do colégio”, conta.

Janaína desistiu de recorrer ao poder público, que pede ofício e registros fotográficos dos acidentes. Ela aproveitou que tinha tinta sobrando e contou com a ajuda de um amigo para pintar o asfalto. “Mas também não respeitam, não estão nem aí”, diz.

Morando no bairro há 37 anos, Maria Joana Severino Dias Ribeiro conta que a evolução foi lenta. A terra batida virou asfalto, mas a sinalização ainda não chegou à maioria dos cruzamentos. Ela conta que os moradores são os primeiros a acudir as vítimas. “Aqui não é só um acidente não. São vários”, afirma.

O serralheiro Fortunato Benites, 60 anos, conta que a última ação de sinalização foi somente no entorno da escola, mas até a linha de ônibus, caso da rua Cristóvão Scapulatempo, ficou sem placas de trânsito. “Fizeram em volta do colégio e mais nada”, relata.

Pare foi pintado com tinta em cruzamento da Vila Nhanhá. (Foto: Alcides Neto)
Pare foi pintado com tinta em cruzamento da Vila Nhanhá. (Foto: Alcides Neto)

No Jardim Anahy, o cruzamento das ruas Ouvidor e Califórnia tinha na manhã desta quarta-feira (dia 4) as marcas de capotagem ocorrida na última segunda-feira. Quem mora no entorno, conta que não se sabe qual é a preferencial. No local, na dúvida, há tanto condutores que passam em alta velocidade, como quem pisa no freio temendo acidente.

No de segunda-feira, o relato é de que um veículo capotou três vezes e um casal ficou ferido. A Ouvidor é paralela à rua Petrópolis e considerara “rota de fuga” para quem quer escapas do trânsito lento da via que dá acesso ao bairro União.

“Faz muito tempo que não é feita a sinalização aqui no bairro. Acho que a prefeitura esquece”, afirma a professora Leda da Silva Araújo, 55 anos.

No bairro Santa Fé, o cruzamento das ruas Itiquira e Euclides da Cunha, tem uma “placa viva”. A sinalização foi praticamente encoberta pela vegetação, só restando a marcação horizontal na via.

O perigo visível na rua foi atestado pelo Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana de Campo Grande. “A sinalização semafórica não tem uma tecnologia integrada, enquanto as sinalizações horizontais e verticais encontram-se, em muitos lugares, desgastadas pela ação do tempo”, diz o estudo, elaborado em 2009 e publicado em julho do ano passado. Conforme o estudo, a Capital tem 2.314 quilômetros de vias pavimentadas.

A reportagem entrou em contato com assessoria de imprensa da prefeitura de Campo Grande e aguarda retorno sobre a solicitação.

Na segunda-feira (dia 2), cruzamento sem sinalização teve acidente com duas vítimas. (Foto: Fernando Antunes)
Na segunda-feira (dia 2), cruzamento sem sinalização teve acidente com duas vítimas. (Foto: Fernando Antunes)
Nesta quarta-feira, rua Califórnia tinha marcas de acidente. (Foto: Alcides Neto)
Nesta quarta-feira, rua Califórnia tinha marcas de acidente. (Foto: Alcides Neto)
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