Placas de concreto que desabaram no Anhanduí serão "grampeadas" com tubos de aço
Quatro placas de concreto, que juntas pesam 22.500 toneladas vão dar estrutura de sustentação com 8 estacas de trilhos
Equipes da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (SISEP) começaram a fincar no solo 14 estruturas de ferro e concreto que darão sustentação as 4 placas do canal do Rio Anhandui. Elas caíram na última chuva forte do dia 20, e agora serão reerguidas numa extensão de 24 metros da margem direita do canal (sentido bairro), logo após a Rua Santa Adélia.
O trecho está no primeiro lote das obras de revitalização e controle de enchentes que a Prefeitura está executando no rio. A previsão é que os reparos se estendam por duas semanas.
Antes de erguer as 4 placas de concreto, que juntas pesam 22.500 toneladas, os engenheiros da SISEP optaram por implantar uma estrutura de sustentação com 8 estacas de trilhos; 4 treliças metálicas e duas vigas de concreto.
Já sob a responsabilidade da empreiteira, numa segunda fase, as paredes de concreto serão “grampeadas” no solo, num sistema conhecido como ancoragem, já empregado no restante do canal: serão abertos furos (nos quais serão colocados cabos de aço que atravessarão as paredes, se estendendo por 11 metros no solo. Haverá ainda a injeção de concreto. O projeto, que ainda está em fase de fechamento do orçamento, além dos 24 metros do canal danificado, prevê a ancoragem numa extensão de 70 metros (nas duas margens) do trecho do canal antigo.
Chuvas - As placas caíram no último dia 23, quando o nível do rio subiu e com a força da correnteza, um trecho de 24 metros do canal desabou, trazendo parte do aterro sobre o qual estava encostado. Segundo a meteorologia, em pouco mais de duas horas, naquele dia choveu em Campo Grande 73 milímetros. Este índice pluviométrico foi equivalente a 40% da chuva prevista para todo o mês de fevereiro.
De acordo com o superintendente de Serviços Públicos da Sisep, Medhi, o trabalho de recuperação do canal, iniciado já no dia seguinte ao temporal, só agora começa a avançar, porque era necessário esperar uma “janela de estiagem”, reduzir a umidade do solo, porque a havia o risco da movimentação de terra no barranco danificar ao gabião construído que está intacto. Foi preciso abrir um caminho no barranco para que as equipes pudessem trabalhar sobre a placa de concreto que caiu dentro do rio.
Canalização antiga - O Anhandui, assim como o Córrego Segredo, foi canalizado há mais de 40 anos. Segundo engenheiros da Sisep, as ferragens de sustentação das paredes sofrem os efeitos da ação do tempo, como a corrosão decorrente do contato com a correnteza, que recebe água servida, contaminada por produtos químicos.
Como a queda de placas tem sido recorrente após chuvas intensas, a Prefeitura vai contratar um projeto de revitalização para reforço de toda a estrutura do canal. De forma emergencial, a estrutura tem sido reforçada com trilhos e estabilizada a contenção do barranco, com pedras e concreto.
O andamento das obras de revitalização do Rio Anhandui, entre as ruas Santa Adélia e do Aquário, iniciada em 2017, tem sido prejudicado pelo atraso na liberação dos recursos federais. Já foi feita a imprimação (que precede a pavimentação ) do primeiro trecho da ciclovia e nos próximos dias está prevista a pavimentação dos 500 metros de pista e a urbanização do passeio público na margem esquerda. Depois das intervenções no canal, a empreiteira vai recapear as duas pistas da Avenida Ernesto Geisel.
Ainda neste mês, a Águas Guariroba vai iniciar a transposição de 1.300 metros do interceptor de esgoto que fica na margem esquerda. Feita a mudança, será retomada a construção do canal em gabião entre as ruas da Abolição e do Aquário.