Polícia investiga se houve omissão da mãe de menina acorrentada pelo pai

A Polícia Civil investiga se houve omissão da mãe da menina de 12 anos acorrentada pelo pai, pedreiro de 32 anos, no último sábado (4), no Bairro Coophavila, em Campo Grande. Ele foi preso em flagrante por lesão corporal (violência doméstica) e maus-tratos qualificado, se praticado contra pessoa menor de 14 anos.

Conforme a delegada da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Franciele Candotti, a corrente utilizada no crime foi encaminhada à perícia para saber se há vestígios de sangue. "A investigação está apurando se a mãe era conivente com os maus-tratos sofridos pela filha", disse a delegada. Se caso for comprovado, a mulher vai responder por omissão. 

Em depoimento à Depac/Cepol, a adolescente disse que havia sido acorrentada pelo pai porque queria sair para se encontrar com o namorado. A vítima, segundo Franciele, tinha marcas de agressão no braço, possivelmente causada pela corrente. Os irmãos da adolescente ainda serão ouvidos. "É preciso saber se a ocorrência foi algo isolado ou se era recorrente", explicou a delegada. A polícia também quer saber se houve tortura - crime com pena de reclusão de quatro a dez anos.

À reportagem, a diarista, 43 anos, declarou "não aguenta" mais a filha e disse pretender abrir mão da guarda dela. “Já acionei o Ministério Público e o Conselho Tutelar para interná-la numa casa agrícola, mas não deu certo. Desde o dia do ocorrido, a menina está em um abrigo sob a guarda do estado.

Prisão - O pai passou por audiência de custódia na segunda-feira (6) e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pelo juiz Luiz Felipe Medeiros Vieira. Segundo a conselheira Alice Arakaki Yamazaki, que atendeu o caso da adolescente, a família vive em conflito e vinha sendo acompanhada pela rede de assistência. Desde de sábado, a adolescente está em um abrigo da cidade sob a guarda do estado. Por diversas os pais foram orientados sobre essa questão de violência doméstica.

Crime - Na noite do último sábado (4), o pedreiro foi preso em flagrante ao levar a filha adolescente acorrentada na altura do pulso direito até o pelotão da Polícia Militar do Bairro Coophavila II. Ele queria ajuda dos policiais para evitar que a menina se encontrasse com o namorado.

A adolescente já vinha sendo acorrentada e trancada na casa onde vivia com os pais, mas mesmo assim tinha conseguido fugir para ver o garoto. A menina, inclusive, apresentava hematomas na altura de um dos braços e pernas. Em razão do fato, o Conselho Tutelar foi acionado e o homem levado para a delegacia