ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 23º

Capital

Por dia, delegacia da Capital recebe em média 8 crianças para falar de abuso

No primeiro semestre de 2021, a DEPCA coletou depoimento de 1.454 meninos e meninas

Anahi Zurutuza | 16/07/2021 15:37
Nesta manhã, idoso de 83 anos foi preso por estupro de criança (Foto: Henrique Kawaminami)
Nesta manhã, idoso de 83 anos foi preso por estupro de criança (Foto: Henrique Kawaminami)

No primeiro semestre de 2021, a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) de Campo Grande recebeu 1.454 meninos e meninas para relatar maus-tratos e violência sexual em depoimentos especiais, coletados com auxílio do Setor Psicossocial. São em média 8 declarações por dia.

A estatística assusta porque, no mundo ideal, tais situações narradas por essas crianças e adolescentes não ocorreriam nem em pensamento. “É um número alto. Assustador sim. Mas, tá aí a violência doméstica que não deixa a gente mentir. O fenômeno da violência intrafamiliar é muito forte e as vítimas são as mulheres, crianças, adolescentes, os vulneráveis dentro de casa”, afirma a delegada Marília de Brito Martins, titular da Depca.

Os depoimentos especiais são coletados não só das vítimas, mas também de garotos e garotas que testemunham crimes. “Mas 80% são vítimas”, ressalta da delegada.

Também nos 180 primeiros dias do ano, a DEPCA instaurou 469 novos inquéritos policiais para investigar abusos contra crianças e adolescentes e concluiu outros 524. Dos 1.131 boletins de ocorrência registrados, 541 são resultado de denúncias feitas por meio do Disque 100.

Operação – Além do trabalho cotidiano, a DEPCA coordenou nos últimos dias força-tarefa com objetivo de levar para a cadeia criminosos sexuais condenados por abusos cometidos contra meninas e meninos. Durante a Operação Acalento, que começou em 4 de junho e teve hoje o “Dia D”, 76 pessoas foram presas em Mato Grosso do Sul e 31 medidas protetivas foram decretadas.

A ação faz parte de uma operação programada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Seopi (Secretaria de Operações Integradas), em parceria com o MMFDH (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) com o objetivo de combater crimes de violência contra crianças e adolescentes nos 26 estados e no Distrito Federal.

Nesta sexta, irmãos, pais, padrastos, avôs, pedreiro e até marido de babá preencheram a lista de alvos da Operação Acalento. Entre as histórias, vítimas de todas as idades, assim como presos, que vão de adolescente a idoso de 83 anos.

Nos siga no Google Notícias