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Capital

Prefeitura prepara edital para empresa explorar Morada dos Baís por 20 anos

Casarão histórico, um dos símbolos da Capital é patrimônio cultural cuja exploração do espaço é da Federação estadual do comércio desde 2015

Izabela Sanchez | 25/02/2019 12:18
Primeiro sobrado da Avenida Afonso Pena, casarão Morada dos Baís, em Campo Grande (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Primeiro sobrado da Avenida Afonso Pena, casarão Morada dos Baís, em Campo Grande (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Imponente, o casarão que foi “morada” da família Baís se destaca em meio à Orla Ferroviária, especialmente para quem transita na Avenida Afonso Pena. Patrimônio cultural tombado pela Prefeitura em 1986, a administração prepara edital para conceder o uso e exploração do prédio – o primeiro sobrado da Afonso Pena – para a iniciativa privada.

Nesta segunda-feira (25), a Prefeitura publicou decreto que nomeia servidores para uma comissão. Esse grupo fica responsável por elaborar e montar um projeto básico de restauro do edifício. Esse projeto de restauração será uma das diretrizes que farão parte do edital de concorrência, conforme a assessoria de imprensa da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo).

Ficaram nomeados os servidores Joelma Fernandes Arguello e Fernando César Pires Batiston, da Sectur, Marcelo Silva de Oliveira, da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), Aleida Resende Alves Gonçalves Moreno, da Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano) e Rutênio César Cristaldo, da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana).

O edital deve selecionar uma empresa que será responsável pelo uso e exploração do espaço durante 20 anos, aos moldes das concessões de outros serviços públicos da Capital, como o transporte público. Ainda não há prazo para conclusão e divulgação do edital, que irá conter uma série de diretrizes. A concessão do prédio foi aprovada na Câmara Municipal e se tornou a lei municipal 6.058, publicada no Diário Oficial do dia 24 de julho de 2018.

Hoje, o espaço é administrado pela Fecomércio (Federação do comércio de Mato Grosso do Sul), por meio do Sesc (Seviço Social do Comércio). O prédio ganha vida, principalmente durante a noite, com shows e eventos culturais. Exibição de filmes e exposições também ocorrem no casarão. O uso se dá desde 2015, quando a Federação firmou um termo de cessão de uso junto à Prefeitura de Campo Grande.

História – O prédio, que lembra os velhos sobrados do tempo do Império, começou a ser construído por Bernardo Franco Baís em 1913, para ser a residência de sua família. Foi o primeiro prédio edificado em alvenaria, com argamassa de saibro, cal e areia, coberto originalmente com telhas de ardósia vindas da Itália. O autor do projeto foi o engenheiro João Pandiá Calógeras, e a construção foi feita pelo Sr. Matias, imigrante italiano, acompanhada pelo próprio Bernardo Franco Baís.

Concluída em 1918, passou à residência da família até 1938 e foi também o espaço criativo da pintora Lídia Baís. Com a morte do patriarca em 1938, aos 77 anos, a família muda-se de lá e o prédio é alugado a Nominando Pimentei que instalou no local a Pensão Pimentel. A pensão teve diversos proprietários e funcionou até 1979.

Até incêndio já acometeu o casarão, no dia 29 de junho de 1974. As chamas destruíram todo o madeiramento da cobertura, telhas de ardósia e pisos de madeira. O prédio passou por reforma, mas as telhas originais foram substituídas por telhas de barro do tipo francesa.

Depois de deixar de ser pensão, foi sapataria, escola de rádio e tv, lotérica, alfaiataria e abandonado, foi depredado. Só em 1986, via decreto municipal, é tombado como patrimônio cultural.

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