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Capital

Prefeitura vai lançar APP com “botão do pânico” para vítimas de violência

Aplicativo será destinado a profissionais da saúde e educação municipais; e a vítimas de violência doméstica

Por Mylena Fraiha | 30/06/2025 12:10
Prefeitura vai lançar APP com “botão do pânico” para vítimas de violência
Painel de geolocalização do "Proteja+CG", que será utilizado pela Guarda Civil Metropolitana para identificar vítimas e realizar atendimentos imediatos (Foto: Mylena Fraiha).

A Prefeitura de Campo Grande vai lançar, no aniversário da cidade, dia 26 de agosto, o aplicativo Proteja+CG, que funcionará como um “botão do pânico” para acionar a GCM (Guarda Civil Metropolitana) em casos de violência. A ferramenta terá como público-alvo servidores da saúde e educação, além de mulheres que já sofreram violência doméstica e registraram boletim de ocorrência.

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Campo Grande lançará aplicativo "botão do pânico" para vítimas de violência. A Prefeitura de Campo Grande lançará em 26 de agosto o aplicativo Proteja+CG, um "botão do pânico" para acionar a Guarda Civil Metropolitana em casos de violência. A ferramenta, inédita no país, será destinada a servidores da saúde e educação, além de mulheres vítimas de violência doméstica com boletim de ocorrência registrado. O objetivo é agilizar o tempo de resposta da GCM em situações de risco, visando combater o aumento da violência doméstica, escolar e contra profissionais da saúde. O aplicativo indicará os guardas mais próximos da ocorrência via geolocalização. O sistema registrará todo o processo, desde o acionamento até o desfecho da ocorrência, gerando dados para futuras políticas públicas. O acesso será restrito a pessoas autorizadas para evitar mau uso. Mulheres terão a opção de acionar o aplicativo pelo botão de volume do celular. A Prefeitura estuda integrar o aplicativo com outros órgãos de segurança, como Polícia Militar e Civil.

Segundo a administração municipal, o sistema é inédito no país e está na fase final de testes. Em entrevista ao Campo Grande News nesta segunda-feira (30), o diretor-presidente da Agetec (Agência Municipal de Tecnologia da Informação e Inovação), Leandro Basmage, afirmou que o objetivo da proposta é agilizar o tempo de resposta da Guarda Civil Metropolitana em situações de risco.

“Esse é um dos projetos que bateu os três pilares bem forte. A gente vê que estamos tendo um surto, um problema grande com feminicídio em Campo Grande. A gente pegou alguns dados e ficou até horrorizado. A violência dentro dos colégios tem subido muito, uma porcentagem que chama bastante atenção. E na saúde, a mesma coisa”, disse. “A gente fala que segundos podem salvar vidas. Se a gente conseguir melhorar isso em minutos, dá para evitar muitas catástrofes aí”, complementa o titular da Agetec.

Basmage também afirma que houve uma conversa com o titular da Sesdes (Secretaria de Segurança e Defesa Social), Anderson Gonzaga da Silva Assis, sobre a implantação do aplicativo. Segundo ele, há estrutura para atender as vítimas, e a ferramenta deve facilitar o trabalho da Guarda Municipal.

Prefeitura vai lançar APP com “botão do pânico” para vítimas de violência
Basmage diz que objetivo a ferramenta deve facilitar o trabalho da Guarda Municipal de Campo Grande (Foto: Mylena Fraiha).

“Ele [Anderson] falou pra mim que é melhor ainda pra ele quando faz desse jeito, porque ele consegue se organizar melhor. Imagina quando você tem vários chamados e não tem uma logística eficiente, você acaba usando mais recursos. Quando você tem uma logística eficiente, já sabe onde está, onde a pessoa está, você encurta as etapas. Então, fica muito mais gerenciado pra ele e mais econômico também”, comenta Basmage.

Como funcionará - O aplicativo terá versões diferentes para cada público: uma para servidores, outra para vítimas e outra para os agentes da GCM, que receberão os alertas. A geolocalização indicará quais guardas estão mais próximos da ocorrência e, após aceitar o chamado, os demais aparelhos deixam de receber a notificação.

Quando alguém aperta o botão de pânico, tocará em todos os celulares da CGM. Aí o agente vê onde é. Se estiver no raio de atuação dele, ele aperta o botão verde e depois confirma. Isso quer dizer: ‘opa, eu vou atender essa solicitação’”, explicou o secretário.

A ocorrência será registrada em um painel, onde constará o trajeto do agente, tempo de resposta e desdobramentos da situação. “Se vai precisar ter uma outra ação depois do problema, se tem que ter um boletim de ocorrência, se vai ter que levar alguém pra delegacia. Tudo isso tá registrado dentro do sistema”.

Para evitar uso indevido, apenas pessoas autorizadas poderão acessar o aplicativo. No caso dos servidores, o acesso dependerá da liberação do responsável pela pasta. Já para as mulheres, o app será instalado durante o atendimento na Semu (Secretaria Executiva da Mulher), após o registro de boletim de ocorrência e triagem com equipe especializada.

Ele menciona que esse procedimento poderá evitar os “trotes”. “Quem vai ter acesso ao aplicativo são só pessoas autorizadas. Porque a pessoa vai responder por isso. Todo mundo que tiver acesso ao aplicativo vai assinar esse documento digitalmente”, afirmou Basmage.

Para as mulheres, ele explica que o acionamento poderá ser feito por meio do botão de volume do celular, como alternativa para quem não consegue abrir o aplicativo em uma situação de emergência. Entretanto, Basmage explica que isso deverá ser configurado no aplicativo, tanto na versão Android, quando na versão IOS. “A mulher ela vai ter uma outra opção. Como muitas vezes a mulher não vai ter tempo para abrir o celular, abrir o aplicativo, apertar o botão, ela vai ter uma opção de no mais e menos chamar a segurança”.

A definição do raio de cobertura e o fluxo de atendimento serão definidos pela Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) e Semu (Secretaria da Mulher), com quem a Agetec ainda vai alinhar o protocolo. “Nesse caso, é eles que determinam o fluxo operacional. Então estamos esperando eles para fazer isso”, acrescentou.

Segundo ele, a funcionalidade já foi testada, mas a integração com GPS para acionamento sem internet ainda está em estudo. “A gente consegue fazer isso, mas não foi testado. Está em estudo”. A previsão é que o sistema esteja finalizado entre os dias 7 e 10 de agosto.

Monitoramento e dados - O sistema também permitirá à Prefeitura reunir dados sobre as ocorrências para embasar políticas públicas. “É um painel de toda localização de Campo Grande que vai ter mapeado todas as unidades de segurança. Quando aperta o botão, ele é como se fosse um radar mesmo”, explicou.

Segundo Basmage, os relatórios indicarão o tempo de resposta dos agentes e poderão ser utilizados pela GCM para avaliar e melhorar os atendimentos.

Ele também vê com bons olhos o app deve evoluir para integrar outros órgãos, como Polícia Militar e Polícia Civil. “Acho que todas as integrações e todas as parcerias são válidas. Acho que se for para melhorar a assistência, o serviço para o cidadão, super válido”, disse.

O diretor também afirma que a prefeita Adriane Lopes (PP) acompanha de perto os projetos tecnológicos.“A prefeita é super entusiasta da tecnologia. Esses projetos que a gente faz, a gente sempre leva pra ela, pra ver se o filtro que eu tô usando é o mesmo que ela quer também. Então, ela sempre ratifica isso".

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