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Capital

Presença de militares não garante sensação de segurança a vizinhos

Luciana Brazil | 26/07/2012 21:18
Em vários locais da cidade é possível ver soldados que fazem a segurança de áres residenciais onde moram militares. (Foto:Luciana Brazil)
Em vários locais da cidade é possível ver soldados que fazem a segurança de áres residenciais onde moram militares. (Foto:Luciana Brazil)

Morar, ou até mesmo trabalhar, em lugares vizinhos a áreas militares pode parecer, à primeira vista, uma situação segura. Mas a realidade em Campo Grande, segundo os moradores, não é sinônimo de segurança. A presença de soldados, que circulam pelas vilas militares, não chega nem a inibir a ação de bandidos.

A equipe de reportagem do Campo Grande News percorreu vários locais da cidade onde soldados fazem rondas em frente às casas de militares. Em todos eles, a resposta foi unânime. Os civis frisaram que a presença militar pode inibir algumas ações, mas nada que evite de forma rigorosa roubos ou assaltos.

A advogada Silvia Bontempo, 63 anos, radicada na cidade há 31 anos, lembra quando comprou o imóvel onde faria seu escritório de advocacia. A localização, em frente ao quartel da rua Joaquim Murtinho, foi a principal motivação, mas a insegurança logo veio à tona. O primeiro assalto aconteceu bem em frente à guarita do soldado que faz a vigilância.

“Entraram no escritório, levaram bolsas e carteiras de todo mundo que estava aqui. E o soldado não fez nada, até porque eles não podem fazer”, lembrou.

“As pessoas acham que vão ter mais segurança, mas os bandidos sabem que não adianta”, completou.

O corretor de imóveis, Evaldo Laranjeira, 77 anos, lembra que a casa vizinha a sua já foi assaltada três vezes. Ele mora ao lado do conjunto residencial militar da rua Joaquim Dornelas, no bairro Amambaí e ressalta que a lei que pune os criminosos é muito frágil. “A segurança é um problema muito complicado. A presença dos soldados não cheira e nem fede, acho que inibe muito pouco os bandidos”.

Soldado faz segurança na área militar no bairro Amambaí. Além de casas de militares, moram também civis na região. (Foto:Luciana Brazil)
Soldado faz segurança na área militar no bairro Amambaí. Além de casas de militares, moram também civis na região. (Foto:Luciana Brazil)
Advogada diz que a presença dos soldados não inibe ação dos bandidos. (Foto:Pedro Peralta)
Advogada diz que a presença dos soldados não inibe ação dos bandidos. (Foto:Pedro Peralta)

Ainda na rua Joaquim Dornelas, a funcionária de uma corretora de imóveis, Denise Silveira, 44 anos, acredita que os militares provocam a sensação de segurança, mas ainda lembra. “Sei que na verdade não estamos seguros”.

A advogada Luseny Alves dos Santos, 49 anos, mora em frente ao 20° Grupamento do Exército, no bairro Coophatrabalho, e frisa que residir tão perto do Exército não evita a ação de bandidos, mas segundo ela, depende muito da situação. “Não acredito que seja uma regra, mas pode inibir a ação em alguns casos”.

Com ou sem militares, a segurança na cidade e no resto do país é considerada pelas autoridades um problema grave. “Enquanto nós não tivermos leis mais rígidas, enquanto os presídios não forem terceirizados as coisas não vão mudar”, lembra Silvia Bontempo.

Orientação: O chefe de comunicação do Exército, o major Robson Peroni, explica que o soldado que está de serviço na segurança é inviolável. “Ninguém pode fazer nada contra ele. O soldado está autorizado a agir, até mesmo de forma letal, caso esteja em situação de ameaça”.

O major Peroni esclarece ainda que o soldado tem obrigação de cuidar de uma determinada área e se houver algo que coloque seu trabalho em risco, ele deve agir, acionando a guarnição.

“Se o soldado suspeitar de alguma situação, algum carro, ou alguma pessoa que coloque o seu trabalho em risco, ele deve tomar alguma atitude”.

De acordo com o major, qualquer pessoa que esteja incumbida do poder de polícia tem obrigação de agir diante de fatos que tragam risco à população.

“Se o soldado presenciar alguma situação, mesmo que seja na residência de

um civil, ele tem obrigação de agir, mas isso não quer dizer que ele vai deixar seu posto. Ele pode acionar a polícia ou a guarnição”.

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