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Capital

Preso em ação contra fraudes no Detran diz que venderia CNHs falsas por R$ 150

Operação prendeu homem em flagrante por falsidade ideológica e posse ilegal da munição

Anahi Zurutuza | 12/05/2021 09:58
Fabiano Rio Ferreira, preso ontem em operação, está em cela do Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada), onde funciona a Dedfaz (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Fabiano Rio Ferreira, preso ontem em operação, está em cela do Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada), onde funciona a Dedfaz (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Preso durante a Operação “Recurso Privilegiado”, contra fraudes no Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito) nessa terça-feira (12), negou à polícia que seja um falsificador de documentos, embora na casa dele tenham sido encontrados 9 CNHs, 5 RGs e 1 CPF com dados raspados, além de 7 carimbos de cartórios e no nome de servidores públicos.

Em depoimento, Fabiano Rios Ferreira, de 44 anos, disse que comprou as habilitações de um homem apelidado de “Alemão” e venderia para outro homem, que identificou somente como “Linirio”.

Fabiano foi ouvido na Dedfaz (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações, Falimentar e Fazendários). Afirmou que comprou com documentos por R$ 100 cada na Vila Nha-nhá, em Campo Grande, e revenderia por R$ 150. A última vez que fez contato com o suposto comprador foi no domingo, dia 9, dois dias antes de ser alvo da operação. Ele marcaria encontro com o homem na Vila Carvalho, também na Capital.

Um dos documentos encontrados na casa de Fabiano, no Bairro Nova Lima, tinha a foto dele, mas outro nome. Ele admitiu que preparava a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) para uso próprio, uma vez que não é motorista habilitado.

Na residência, também foram apreendidas folhas de cheque em branco, assinados por uma mulher, e uma munição calibre 357. Fabiano disse que o projétil foi achado numa antiga casa onde morou de aluguel em 2014 e que desde então, ele o guardou. Sobre os carimbos, disse que eram de quando trabalhou em escritório como representante comercial.

O homem, que informou trabalhar hoje como vendedor de TV por assinatura, passa por audiência de custódia nesta manhã, no Fórum da Capital.

Ele responderá pelos crimes de falsidade ideológica e posse ilegal de munição, além de ser alvo da investigação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por fazer parte de esquema fraudulento evolvendo o Detran-MS.

Documento apreendidos estava com dados pessoais raspados (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Documento apreendidos estava com dados pessoais raspados (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

A operação - A Divisão de Autuações do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul foi o foco da “Recurso Privilegiado”. Agentes do MP e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) foram às ruas de Campo Grande e São Gabriel do Oeste ontem em busca de provas contra esquema de exclusão irregular de pontos nas CNHs de "privilegiados".

Segundo o MPMS, a ação foi desenvolvida pela 30ª Promotoria de Justiça de Campo Grande com o apoio do Gaeco. O objetivo foi apurar fraudes no sistema do Detran, “que consistiam na exclusão indevida de multas lançadas, e contavam com o envolvimento de uma ex-funcionária da entidade”

Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, envolvendo apreensão de celulares, documentos e um computador.

Investigada - Ex-diretora do setor e atualmente servidora comissionada na Segov (Secretaria de Governo), Juliana Cardoso de Moraes foi um dos alvos dos mandados em cumprimento, conforme apurado. Não é a primeira vez que o nome de Juliana surge nesse tipo de suspeita. Ela ficou na função até maio do ano passado e, em 2016, também enfrentou suspeitas na mesma linha. A reportagem tentou localizar a servidora comissionada, ontem e hoje, mas não conseguiu.

Detran-MS afirma que não houve buscas na sede do órgão (Foto: Campo Grande News/Arquivo)
Detran-MS afirma que não houve buscas na sede do órgão (Foto: Campo Grande News/Arquivo)

Outro lado – Por meio de nota, o Detran-MS informou que não houve buscas na sede do órgão ou em agências da Capital e no interior. Afirmou ainda que também investiga o caso internamente. “Trata-se de desdobramento e continuidade de operação antiga, objeto de investigação também pela Corregedoria de Trânsito”.

“O Detran-MS tem investido continuamente em sistemas e processos digitais buscando maior segurança e evitando eventuais fraudes, a exemplo da iminente implantação do Talonário Eletrônico”, completa a nota.

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