Preso extorquia mulheres e as obrigava a participar de assaltos
Mulher de 38 anos se recusou a participar do crime e passou a sofrer ameaças por não pagar quantia de R$ 50 mil
Equipes da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) descobriram que homem de 32 anos, atualmente no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, extorquia mulheres após se passar por empresário e prometer emprego.
O alvo do criminoso eram mulheres que tinham carros e a primeira vítima que procurou a delegacia para registrar boletim de ocorrência no final do mês de abril, é uma vendedora de 38 anos que foi pressionada a ser motorista de grupo que praticaria assalto em uma farmácia.
De acordo com o delegado titular da Derf, Reginaldo Salomão, o autor chegou até a vítima após publicar anúncio de emprego nas redes sociais, ele se identificava com o nome de Alex e exigia currículo, cobrando, inclusive, informações privilegiadas, como de conta bancária.
“O autor se apresentava usando um nome falso e se passava por empresário. A vítima achava que estava encaminhando seus dados para uma empresa, ele pedia o currículo profissional dela e conseguia informações pessoais, inclusive conta bancária”, explica o titular.
O autor solicitava corrida e após explicava que os ‘meninos dele’ iriam praticar um roubo em uma farmácia e que a mulher teria que ficar esperando eles dentro do carro para dar fuga aos criminosos.
Segundo o delegado, a vítima se recusou a participar do crime, então o homem cobrou dela o valor de R$ 50 mil que seria a quantia adquirida no roubo. “Quando a pessoa se recusava ele queria cobrar aquilo que ele entendia que ele ia conseguir com aquela prática criminosa. No caso da vítima que registou boletim de ocorrência ele exigiu cinquenta mil reais, era um furto a farmácia e ele tinha na cabeça dele que naquela localidade havia esse valor”.
A polícia civil descobriu ainda que para convencer as vítimas a praticarem o crime, eles usavam a tática chamada de ‘estelionato sentimental’ e quem selecionava os alvos eram mulheres que tinham relacionamentos com o criminoso.
“Algumas das mulheres que colaboraram com ele acabaram vitimas do que chamamos de estelionato sentimental. Como ele tinha uma ex-esposa, ela era a encarregada por selecionar essas mulheres. Eles aproveitavam o momento fragilizado das vítimas”, revela o delegado.
O delegado revela que o criminoso tem uma boa lábia, ele sabia ameaçar as vitimas que se recusavam a obedecer suas ordens e a partir desse momento provoca o terror.
“Um grupo de pessoas passa a ameaçar as vitimas que se recusam a colaborar, falam que vai matar toda a família. Eles começam a perseguir e monitorar a rotina de todo mundo e a pessoa realmente entra em desespero e paga o dinheiro pra ele”.
Usando técnicas de investigação a policial conseguiu chegar até outras pessoas ligadas a ele e conseguiu apreender armas, munição e solicitaram a participação do Ministério Público da Execução Penal para que o homem fosse transferido para um regime mais gravoso, onde a probabilidade do acesso a um celular se torna mais dificultoso.
O homem foi preso por policiais do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) em 2012, tem diversas passagens por roubo, porte ilegal de arma e tráfico de drogas, mas o crime que ocasionou uma condenação foi por roubo a banco.