Professor de dança que matou o pai ficará internado por tempo indeterminado
Sahu Abel Heyn foi diagnosticado com esquizofrenia e acabou absolvido da acusação de homicídio qualificado

O juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, absolveu impropriamente Sahu Abel Heyn, acusado de matar o próprio pai, Hugo Abel Heyn, em junho de 2025, no bairro Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande. A decisão, publicada nesta quinta-feira (4), determina que o réu seja submetido a medida de segurança com internação por tempo indeterminado, com permanência mínima de um ano.
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Professor de dança que matou o pai a facadas em Campo Grande foi absolvido impropriamente pela Justiça e será internado por tempo indeterminado. Sahu Abel Heyn, que sofre de esquizofrenia paranoide, cometeu o crime em junho de 2025, após discussão na residência da família. O laudo psiquiátrico comprovou que o acusado era incapaz de compreender seus atos no momento do crime. A mãe do professor relatou que ele já havia apresentado diversos surtos anteriormente, inclusive com tentativa de suicídio. A internação terá duração mínima de um ano, com avaliações médicas periódicas.
Segundo a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o crime ocorreu por volta das 23h do dia 26 de junho de 2025. Sahu chegou à residência da família com garrafas de cerveja e iniciou uma discussão com o pai, que assistia à televisão na sala. Após o desentendimento, a vítima se retirou para o quarto.
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Inconformado, o acusado foi até a cozinha, pegou uma faca e arrombou a porta do quarto, onde desferiu vários golpes contra o pai. Ele ainda agrediu a vítima com chutes e socos. A mãe do acusado, que presenciou parte da cena, tentou impedir as agressões, mas não conseguiu e saiu para pedir ajuda aos vizinhos. Hugo morreu no local.
Esquizofrenia – O laudo psiquiátrico, anexado ao processo em novembro, concluiu que Sahu sofre de esquizofrenia paranoide e que, no momento do crime, era inteiramente incapaz de compreender o caráter ilícito de seus atos, bem como de se controlar de acordo com esse entendimento.
O Ministério Público e a defesa do professor então concordaram com o pedido de absolvição imprópria. Na sentença, o juiz reconheceu a materialidade e a autoria do homicídio, mas aplicou o artigo 26 do Código Penal, que isenta de pena pessoas que, em razão de doença mental, não possuem discernimento para seus atos.
Sahu teve a prisão preventiva convertida em medida de segurança de internação, que será cumprida por tempo indeterminado, sujeita a avaliações médicas periódicas. O local da internação será definido pela Vara de Execução Penal.
Relembre – Logo após o crime, o professor de dança fugiu e acabou sendo preso dois dias depois pela equipe da Guarda Civil Metropolitana, enquanto caminhava na Avenida Toros Puxian. Ele foi levado para a delegacia, onde confessou o crime, mas optou por não dar detalhes. No dia 8 de julho, o MPMS o denunciou por homicídio qualificado por motivo fútil.
Sahu chegou a alegar em depoimento que cometeu o crime por ter sofrido abusos por parte do pai. Ele confessou o crime, mas afirmou à polícia que precisava organizar o que dizer. A mãe do professor, Sandra Regina Inverso Ramires Heyn, negou os fatos e disse que o autor acusou a vítima de assediar sua namorada.
No entanto, a mulher alegou em depoimento que o filho sofria de esquizofrenia e, por isso, já havia tido diversos surtos dentro de casa; inclusive, em uma das ocasiões, tentou tirar a própria vida e foi socorrido por um vizinho.


