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Capital

Professora agredida na Câmara denuncia guarda à Polícia Civil

Aline dos Santos e Antonio Marques | 04/08/2015 12:46
Marcelo (sentado e de camiseta) foi levado para a delegacia. (Foto: Fernando Antunes)
Marcelo (sentado e de camiseta) foi levado para a delegacia. (Foto: Fernando Antunes)
Nilton (camiseta branca) é apontado como agressor de professora. (Foto: Fernando Antunes)
Nilton (camiseta branca) é apontado como agressor de professora. (Foto: Fernando Antunes)

A professora Zélia Aguiar, 54 anos, denunciou na Casa da Mulher Brasileira a agressão que sofreu de um guarda municipal à paisana durante tumulto na manhã desta terça-feira na Câmara Municipal de Campo Grande. De acordo com Elimar Cristina Tolentino, amiga de Zélia, a professora machucou o braço e estava nervosa. Desta forma, primeiro passou por atendimento psicológico e depois fez o Boletim de Ocorrência na Delegacia da Mulher.

“Estávamos juntas. Ela foi agredida por um rapaz bem forte”, relata Elimar. Segundo ela, ambas estavam perto da grade que divide os parlamentares da plateia. Mas, como tinha muita confusão entre os grupos rivais – um a favor do prefeito cassado Alcides Bernal (PP) e outro apoiador de Gilmar Olarte (PP) -, as duas decidiram ir para a porta. No caminho, muitas provocações mandando os professores, que estão em greve, irem trabalhar.

Elimar conta que o guarda segurou Elza pelo braço, ameaço prendê-la e a empurrou após a intervenção do professor Marcelo Araújo, 48 ano, que acabou preso por guardas municipais fardados. Zélia leciona na escola municipal Brígida Ferraz Foss.

O professor e o Nilton Lima, guarda à paisana acusado da agressão, foram para a 3ª delegacia de Polícia Civil, no bairro Carandá Bosque. Deve ser feito um boletim de ocorrência, exame de corpo de delito e a liberação dos envolvidos.

“É revoltante. Sempre fui defensor dos direitos e estou aqui na delegacia”, afirma Marcelo, que é professor há 15 anos e, atualmente, leciona na escola municipal Irene Zuca e no colégio estadual Joaquim Murtinho. Nilton não quis dar entrevista.

Conforme a assessoria de imprensa da Guarda Municipal, a Polícia Civil irá apurar os fatos. A ocorrência está a cargo do delegado Fabiano Nagata, que não falou com a imprensa. No local, também estão seis advogados da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) e 50 professores.

“A atitude foi de desinteligência da Guarda. Não pode agredir professor da forma que agrediu”, afirma o presidente da entidade, Geraldo Gonçalves.

Nesta terça-feira, primeira sessão após o recesso parlamentar e da divulgação de denúncias da operação Lama Asfáltica, os manifestantes se dividiram entre os pró Bernal, favoráveis a Olarte e professores em greve. Os profissionais do magistério distribuíram cafezinho, que, conforme a PF (Polícia Federal), era a senha para pagamento de propina.

A professora Elci Correia Trindade afirma que tinha muitos guardas à paisana e servidores comissionados provocando os professores. “Quando o Geraldo [presidente da ACP] ocupou a tribuna, essas pessoas intensificaram a provocação, com apitos e mostrando o dedo”, relata. Os manifestantes jogaram bolas de papel e saquinho com pó de café no plenário.

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