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Capital

Projetos ampliam atendimento em 100% em postos de saúde da Capital

Equipe Móvel, Terceiro Turno e Posso Ajudar são alguns das principais ações da Sesau

Leandro Abreu | 17/05/2016 12:06
Agentes de acolhimento agilizam e filtram atendimento dos pacientes. (Foto: Alcides Neto)
Agentes de acolhimento agilizam e filtram atendimento dos pacientes. (Foto: Alcides Neto)

Programa desenvolvido pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) revela que nem tudo neste setor é notícia ruim. O Saúde em Ação reúne projetos como o "Posso Ajudar", o "Equipe Móvel" e o "Terceiro Turno", com objetivo de acelerar, reduzir a espera e humanizar o atendimento, chegando a ampliar em até 100% a capacidade das unidades de saúde e até a zerar filas de pacientes.

O mais recente projeto dentro do Programa Saúde em Ação se chama “Posso Ajudar”. Como o nome indica, concentra-se em informar melhor o paciente que vai a uma unidade de saúde em busca de assistência médica.

Nesse projeto, estagiários de vários cursos acadêmicos foram contratados para ficar na recepção dos postos orientando e informando o paciente. Em vários casos, pessoas vão em unidades em que não há o serviço desejado e perdem tempo esperando.

Lançado em março, até o momento o projeto possui 120 estagiários contratados e já atende as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e alguns CRSs (Centros Regionais de Saúde). O objetivo é contratar 400 “Agentes de Acolhimento” e atender todas as unidades de saúde da Capital.

Márcio trabalha na UPA Coronel Antonino e orienta os pacientes que frequentam a unidade. (Foto: Alcides Neto)
Márcio trabalha na UPA Coronel Antonino e orienta os pacientes que frequentam a unidade. (Foto: Alcides Neto)

Diferença – Para a dona de casa Andréia Alves Gomes, 32, o serviço é muito positivo, pois filtra o atendimento dos pacientes. “Não conhecia, mas vejo pessoas vindo até a UPA em busca de vacina da gripe, por exemplo, que não tem aqui. As pessoas as vezes perdem muito tempo aguardando atendimento e descobrem que o serviço que ela procura não é disponível naquela unidade”, comentou enquanto aguardava atendimento na UPA do Coronel Antonino.

De acordo com a gerente da UPA Coronel Antonino, Cláudia Kruki Vieira, em um mês de ação do “Posso Ajudar” já é possível sentir a diferença. “Como estamos ao lado de uma unidade básica, muitos pacientes vêm aqui equivocadamente. E esse serviço evita que outros funcionários parem o que estão fazendo para explicar. Temos uma demanda muito alta aqui e foi muito bem vindo. Está sendo muito positivo até agora”, explica.

O estagiário Márcio Arruda, 18, cursa administração e já percebeu uma mudança de comportamento de alguns pacientes após o início dos trabalhos na UPA. “Tiramos diversas dúvidas. No começo tinha muita pergunta, mas agora já percebemos que as pessoas atendidas antes já sabem onde ir e qual funcionários do posto procurar”, disse.

Acesso à informação – “Trabalhamos com pesquisa, então designamos uma equipe para fazer um levantamento sobre os problemas das unidades. E 70% falou que o problema era o acesso à informação. Muitas vezes as pessoas não sabem quais são os serviços que as diferentes unidades oferecem, quem pode utilizar esse serviço e outras coisas. Em muitos casos sobrecarregava os atendentes que não tem essa função de informar. Então criamos essa ação para resolver esse problema. O objetivo é acolher de forma humanizada os pacientes que procuram as nossas unidades”, explica o secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca.

Equipe possui dois carros e fica de prontidão na central de regulação da Sesau. (Foto: Fernando Antunes)
Equipe possui dois carros e fica de prontidão na central de regulação da Sesau. (Foto: Fernando Antunes)

Equipe Móvel e Terceiro Turno – Ainda dentro do Saúde em Ação, existem os projetos “Equipe Móvel” e “Terceiro Turno”, criados em 2013, na primeira passagem do prefeito, Alcides Bernal (PP), extintos quando Gilmar Olarte assumiu. Ambos foram retomados no fim do ano passado.

A Equipe Móvel foi criada durante a epidemia de dengue de 2013, quando as unidades de saúde viviam lotadas de pacientes em busca de tratamento da doença. Após isso, as ações foram mantidas para o dia a dia dos postos de saúde e desafogar o atendimento.

São dois veículos e 20 médicos que trabalham em escala nos três períodos do dia. As equipes ficam de plantão e se deslocam até as unidades assim que acionada.

Além dos profissionais exclusivos da Equipe Móvel, outros 60 médicos fazem parte de um grupo de reserva, caso haja necessidade. “O projeto tem o objetivo de não deixar a população sem assistência e dar apoio aos médicos das unidades quando existe uma sobrecarga de trabalho", explica o secretário de saúde.

Conforme o médico Alexandre Abreu, atualmente a Equipe Móvel consegue zerar a fila de espera em poucas horas. "Usamos o circuito interno dos postos e ficamos de prontidão na central de regulação aqui da Sesau. Na necessidade, como a falta de um médico ou lotação mesmo, somos acionados ou se percebermos pelas imagens que há necessidade, vamos até o local. Chegamos as vezes com pacientes esperando há cinco horas e deixamos as fichas no horário correto", explicou o clínico geral lembrando que a Equipe Móvel realiza cerca de 27 mil atendimentos por mês.

Ainda conforme Abreu, com a chegada da Equipe Móvel no posto de saúde, o clínico de plantão do local fica livre para atender outras demandas que seriam adiadas. "Ele pode dar andamento em outros pacientes que estão em estado mais grave, fazer o acompanhamento", completou.

Plantonistas acompanham circuito interno dos postos e se deslocam até unidade mais lotada. (Fernando Antunes)
Plantonistas acompanham circuito interno dos postos e se deslocam até unidade mais lotada. (Fernando Antunes)

Já no "Terceiro Turno", 15 unidades básicas da Capital funcionam no período da noite também com o objetivo de desafogar o atendimento que não é realizado de manhã e de tarde. Além disso, as pessoas que precisam se consultar, realizar retorno médico ou apresentar resultados de exames, mas trabalham durante todo o dia, tem essa oportunidade de serem atendidas.

"Com esses e vários outros serviços e projetos do programa Saúde em Ação, conseguimos ampliar a capacidade de atendimento da nossa saúde pública para a população em mais 100%. Não deixamos mais pacientes esperando por horas”, avalia o secretário.

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