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Capital

Protesto é pacífico e coordenador se jogou no asfalto, alega liderança indígena

Paulo Rios, chefe da Funai em Campo Grande, diz que foi agredido e foi à PF para registrar boletim de ocorrência

Anahi Zurutuza e Liniker Ribeiro | 02/04/2018 10:49
Indígenas dentro do prédio da Funai em Campo Grande (Foto: Liniker Ribeiro)
Indígenas dentro do prédio da Funai em Campo Grande (Foto: Liniker Ribeiro)

O protesto exigindo a troca do comando da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Campo Grande começou por volta das 7h30. Parte dos cerca de 40 indígenas que representam a famílias da região de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti ocupou o prédio e outro grupo está em frente ao local. Eles exigem ser atendido por alguém que possa falar pela coordenação nacional.

Funcionários do órgão não estão trabalhando e segundo o coordenador regional, Paulo Rios, o clima é tenso no local. O chefe da Funai na Capital afirmou ao Campo Grande News que foi agredido ao chegar para trabalhar nesta manhã. Ele foi à sede da PF (Polícia Federal) para registrar boletim de ocorrência.

Otoniel Gabriel, liderança da região da Terra Indígena Buriti e porta-voz dos manifestantes, rebate as acusações. “Nosso protesto é pacífico, não impedimos ninguém de entrar”.

Ele afirma ainda que Paulo Rios não foi agredido. “Ele veio aqui, mas não quis falar com a gente, nós insistimos, mas ele ignorou e saiu correndo”.

O líder Terena relata que o chefe da Funai se atirou no asfalto. “Isso mostra um total descontrole por parte do atual coordenador”.

Rios disse que foi agredido com paus e jogado no chão. Um funcionário, que pediu para ter a identidade preservada, dá uma terceira versão. Ele afirma que viu o coordenador ser cercado por um grupo de indígenas e depois cair na calçada, ao tentar correr, mas não sabe dizer se o chefe foi derrubado.

O servidor afirma que ninguém está trabalhando por causa do clima de tensão. “Não tem condições”.

A Polícia Militar foi chamada e fechou a Rua 7 de Setembro, onde fica a Funai.

Troca no comando – Os manifestantes reivindicam a nomeação de Henrique Dias, servidor de carreira e indígena, para a coordenação regional. Rios seria uma pessoa difícil de dialogar. “Só queremos conversar”.

Escolha polêmica - Ex-assessor do ministro da Secretaria da Presidência, Carlos Marun (MDB), Paulo Rios Júnior assumiu o comando da Funai no dia 28 de setembro do ano passado.

Na época, a escolha já havia gerado protestos de servidores da Funai e lideranças indígenas. “Os servidores da Funai desde 31/12/16, mobilizados, tentavam barrar essa nomeação, e embora tenham enviado diversos documentos para Presidência da Funai, Ministério da Justiça e Presidência da República, contrários à indicação e pedindo a nomeação de servidor do quadro da fundação, em nenhum momento foram chamados para serem ouvidos”, comentou um funcionário em uma página do Facebook que reúne servidores no dia da nomeação.

O comando da Funai em Mato Grosso do Sul estava vago desde 12 de dezembro de 2016, quando o coronel reformado do Exército Brasileiro, Renato Vida Sant'Anna, também sugestão de Marun, pediu exoneração do cargo.

Rua 7 de Setembro interditada pela PM, na quadra onde fica a Funai (Foto: Liniker Ribeiro)
Rua 7 de Setembro interditada pela PM, na quadra onde fica a Funai (Foto: Liniker Ribeiro)
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