ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Rapaz diz que matou porque desde os 12 anos era atormentado pela tia

Constantemente, segundo relatos do autor à polícia, a vítima o chamava de veadinho, veado, gay, bicha e demônio

Viviane Oliveira e Mirian Machado | 22/04/2019 11:12
Movimentação de policiais na casa onde ocorreu o crime na última sexta-feira (Foto: Clayton Neves)
Movimentação de policiais na casa onde ocorreu o crime na última sexta-feira (Foto: Clayton Neves)

Em depoimento à polícia, Ismael Lourival Alves dos Santos, 21 anos, que matou na última sexta-feira (19) a tia, Ivelin Aparecida Alves dos Santos, 46 anos, com 24 facadas, contou que era atormentado pela vítima desde quando tinha 12 anos. Após o crime, no mesmo dia, o rapaz se apresentou à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) acompanhado pelo pai (irmão de Ivelin e subtenente da Polícia Militar) e por um advogado. Ele foi preso em flagrante e autuado por feminicídio

Ismael relatou que vivia com os dois irmãos e há pouco mais de 1 ano e meio a tia foi morar na casa onde ocorreu o crime, localizada na Rua Arisoli Ribeiro, na região do Bairro Santo Amaro, em Campo Grande. Ele e os irmãos não moravam com o pai, porque não tinham bom relacionamento com a madrasta. A mãe deles se mudou para o Nordeste há mais de 10 anos.

O autor relatou ainda que a tia Ivelin tinha um temperamento difícil, era muito agressiva e durante as brigas costumava arremessar sapatos e pratos de comida contra os sobrinhos. Ele relembra que quando tinha 12 anos a tia chegou a aliciá-lo mostrando lhe um vibrador. Constantemente, segundo relatos de Ismael, Ivelin que era homossexual, o chamava de veadinho, veado, gay, bicha e demônio.

Ivelin foi radialista em Corumbá (Foto: reprodução/Diário Corumbaense)
Ivelin foi radialista em Corumbá (Foto: reprodução/Diário Corumbaense)

Ivelin já havia registrado boletim de ocorrência por violência doméstica contra o autor, o irmão dele, o subtenente (irmão dela) e contra o próprio pai dela. Ela chegou a ser beneficiada com medida protetiva, mas em 2016 desistiu da ação. No dia do crime, Ismael estava em casa com o irmão mais novo deitado no quarto quando, depois do almoço, a tia passou a provocá-lo.

Irritado com a situação, o rapaz se levantou e foi até onde a tia estava para pedir que parasse com aquilo. Porém, segundo depoimento dele à polícia, Ivelin disse que iria colocar veneno na comida dele. Então, num momento de loucura, se armou com faca de cozinha e desferiu vários golpes contra a tia. Após golpeá-la saiu do quarto dela, trocou a roupa suja de sangue e jogou a faca no quintal.

Na sequência, foi até a casa do pai e disse: “Fiz cagada, o senhor me perdoa?” Ele relatou que não se lembra quantas facadas golpeou a tia, apenas de que estava com muita raiva no momento do crime. Ivelin foi radialista e passou por várias emissoras em Corumbá. Era aposentada por invalidez, devido a uma artrose nas mãos e pés.

Nos siga no Google Notícias