Relatório confirma tratamento a sete mortos e doses menores de remédio
Pagamento por tratamento a pacientes mortos, doses menores de medicamentos e desvio de R$ 150 mil. As irregularidades foram detectadas pela força-tarefa do Ministério da Saúde que durante 30 dias fez levantamento no setor de oncologia de quatro hospitais de Campo Grande.
Conforme o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista à TV Morena, o resultado aponta para um esquema crimonoso. “Evidência de que existia uma Máfia do Câncer em Campo Grande, que ganhava dinheiro, inclusive, ao prescrever medicamentos”, afirma.
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Os técnicos identificaram prolongamento da quimioterapia em pacientes terminais no Hospital do Câncer Alfredo Abrão e Santa Casa de Campo Grande.
Além de sete pagamentos por pacientes já mortos – seis no Hospital do Câncer e um na Santa Casa - e repasse de doses menores de remédios aos pacientes. As informações serão repassadas à Polícia Federal e a compra dos medicamentos será rastreada. O Hospital do Câncer terá que devolver R$ 57 mil e a Santa Casa, R$ 94 mil.
Foram alvos dos auditores o Hospital do Câncer, Santa Casa, Hospital Regional Rosa Pedrossian e Hospital Universitário. Foram analisados 250 prontuários.
O ministro Alexandre Padilha veio a Campo Grande após o escândalo da Máfia do Câncer, revelado em 18 de março, ter sido exibido pelo Fantástico no começo de maio.
Conforme as investigações da operação Sangue Frio, o serviço de radioterapia do Hospital Universitário foi desmontado propositalmente pelo ex-diretor José Carlos Dorsa para beneficiar o Hospital do Câncer e clínica particular do médico Adalberto Abrão Siufi, então diretor-geral da unidade e ex-diretor do setor de oncologia do hospital da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Os dois médicos negam a acusação.
Recomendações – O Ministério da Saúde recomenda que a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) não envie novos pacientes até a contratação de um oncologista clínico, estabelecimento de prontuário único para os pacientes em tratamento e que cada um dos serviços tenha um autorizador do município ou do Estado.