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Capital

Réu pede perdão e diz que agiu por "raiva e medo" quando matou comerciante

Maykon Lucas Matias é julgado hoje e diz que agiu após vítima mandar mensagem cantando esposa

Dayene Paz | 22/07/2022 12:10
Maykon é julgado nesta sexta-feira por homicídio triplamente qualificado. (Foto: Henrique Kawaminami)
Maykon é julgado nesta sexta-feira por homicídio triplamente qualificado. (Foto: Henrique Kawaminami)

Maykon Lucas Matias, de 23 anos, réu pelo assassinato do comerciante Hugo Gonçalves Insabralde, de 29, pediu perdão à família da vítima, enquanto era interrogado nesta sexta-feira (22). "Eu só quero pedir perdão à família do Hugo, eu me arrependo do fundo do coração. Na época eu não raciocinava, não tinha o entendimento que tenho hoje".

Maykon Lucas é julgado por homicídio triplamente qualificado, crime ocorrido em janeiro de 2021, em Campo Grande. Em sua defesa, perante os jurados, afirmou que agiu por "medo e raiva" da vítima, para quem trabalhava há cinco meses. Segundo ele, Hugo havia mandado mensagens à sua esposa pelo Facebook. "Falou que sempre quis ficar com ela, achei sacanagem um cara que se dizia meu amigo", disse.

As mensagens teriam sido enviadas no mesmo dia do crime, segundo o réu. Naquele dia, afirma que Hugo o chamou para conversar. "Eu só iria me afastar dele, mas veio e perguntou se eu tinha alguma coisa pra resolver com ele, meio que me intimando, eu perdi a cabeça e fui pra cima".

Neste momento, o juiz Aluizio Pereira dos Santos o questionou se a motivação do crime seria a possibilidade da vítima pegar o carro de volta - um VW Gol - que havia emprestado para Maykon. "Você tinha a confiança do patrão, ele deu o veículo?". Maykon negou. "Ele não me deu o carro, vendeu. Não tem como eu matar o cara porque ele me pediu o carro, não tem como isso", respondeu.

Sobre ter quebrado a faca com os golpes na vítima, Maykon respondeu que não se lembrava. "Eu não tenho explicação, só perdi a cabeça mesmo, na hora eu estava com muita raiva e quebrou. Ele veio tirar satisfação comigo e quem tinha que tirar satisfação com ele era eu. Estava correndo perigo na hora que ele foi buscar a pistola no carro, fiquei com medo e também com raiva, que ele tinha mandado mensagem para a minha esposa".

Responsável pela defesa de Maykon, o defensor público Rodrigo Antônio Stochiero Silva, afirmou que a defesa não quer absolvição de Maykon, mas sim, discutir quais as extensões de culpabilidade do acusado e entender quais são as qualificadoras corretas ou não. "No entender da defesa, algumas qualificadores estão exageradas", disse o defensor público.

Maykon é acusado por homicídio triplamente qualificado, sendo as qualificadoras o motivo torpe, já que ele teria matado Hugo para continuar tendo provento do carro que pegava emprestado; recurso que dificultou a defesa da vítima, por ter pego Hugo de surpresa; e meio cruel, já que, mesmo depois dos três tiros, esfaqueou Hugo e o espancou com um taco de sinuca.

O crime - O homicídio aconteceu na noite do dia 4 de janeiro de 2021, na conveniência de Hugo. Maykon disparou três tiros contra a vítima, deu vários golpes de faca e só parou quando o cabo quebrou. Depois, pegou um taco de jogar sinuca e continuou com as agressões.

A ação foi flagrada por câmeras de segurança. Depois do crime, o assassino fugiu com um dos carros da vítima, o VW Gol, encontrado no dia 5, no Bairro Nova Lima. No dia 12 de janeiro, Maykon foi preso escondido no Bairro Caiobá, na Capital.

A vítima havia arrendado a conveniência no Danúbio Azul há dois anos. Segundo a mãe de Hugo, Cecília Gonçalves, o filho abrigou Maykon e deu emprego. Ela disse, na época do crime, que sumiço de dinheiro de caixa motivou a briga que terminou com a morte de Hugo. A denúncia do MPE (Ministério Público Estadual) aponta também que uma das motivações seria perder o carro que Hugo havia emprestado a ele e vantagens financeiras, adquiridas da relação de confiança que mantinha com a vítima.

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