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Capital

Julgamento de jovem que matou comerciante é suspenso por atraso em perícia

Maykon seria julgado nesta sexta-feira por homicídio triplamente qualificado cometido em janeiro de 2021

Ana Oshiro e Bruna Marques | 25/03/2022 09:07
Maykon no Tribunal do Júri, na manhã desta sexta-feira (25), antes de sessão ser suspensa. (Foto: Henrique Kawaminami)
Maykon no Tribunal do Júri, na manhã desta sexta-feira (25), antes de sessão ser suspensa. (Foto: Henrique Kawaminami)

Por falta de laudo pericial do local do crime, o julgamento de Maykon Lucas Matias, de 23 anos, foi suspenso na manhã desta sexta-feira (25). Ele é acusado de matar o comerciante Hugo Gonçalves Insabralde, de 29 anos, em janeiro de 2021, com tiros, facadas e golpes com taco de sinuca, no Bairro Danúbio Azul, em Campo Grande.

"O instituto teve tempo mais que suficiente pra fazer e mandar o laudo, mas até hoje, não fez e não tem como realizar esse julgamento", explicou o juiz Aluízio Pereira dos Santos, complementando que uma nova data só será marcada, depois que o laudo pericial ficar pronto.

Responsável pela defesa de Maykon, o defensor público Rodrigo Antônio Stochiero Silva, lamentou o atraso no laudo. "O instituto informou só agora que foi feita a perícia. O jurado tem que ter conhecimento de toda prova do processo, sem esse laudo não tem como continuar o julgamento. É lamentável", disse ele.

Sessão foi suspensa por falta de laudo pericial. (Foto: Henrique Kawaminami)
Sessão foi suspensa por falta de laudo pericial. (Foto: Henrique Kawaminami)

De acordo com Stochiero, a defesa não quer absolvição de Maykon, mas sim, discutir quais as extensões de culpabilidade do acusado e entender quais são as qualificadoras corretas ou não. "No entender da defesa, algumas qualificadores estão exageradas", finalizou o defensor público.

Maykon é acusado por homicídio triplamente qualificado, sendo as qualificadoras o motivo torpe, já que ele teria matado Hugo para continuar tendo provento do carro que pegava emprestado; recurso que dificultou a defesa da vítima, por ter pego Hugo de surpresa; e meio cruel, já que, mesmo depois dos três tiros, esfaqueou Hugo e o espancou com um taco de sinuca.

"A pena mínima é de 14 anos, mas cabe ao juiz determinar a pena de acordo com cada qualificadora. Temos provas contundentes", disse a promotora de justiça Luciana do Amaral Rabelo, responsável pela acusação. A família de Hugo também esteve presente no Tribunal do Júri, mas não quis conversar com a reportagem.

O crime - O homicídio aconteceu na noite do dia 4 de janeiro de 2021, na conveniência de Hugo. Maykon disparou três tiros contra a vítima, deu vários golpes de faca e só parou quando o cabo quebrou. Depois, pegou um taco de jogar sinuca e continuou com as agressões. Veja o momento do crime no vídeo acima.

A ação foi flagrada por câmeras de segurança. Depois do crime, o assassino fugiu com um dos carros da vítima, um VW Gol, encontrado no dia 5, no Bairro Nova Lima. No dia 12 de janeiro, Maykon foi preso escondido no Bairro Caiobá, na Capital.

A vítima havia arrendado a conveniência no Danúbio Azul há dois anos e o autor trabalhava no local há cinco meses. Segundo a mãe de Hugo, Cecília Gonçalves, 49 anos, o filho abrigou Maykon e deu emprego. Cecília disse, na época do crime, que sumiço de dinheiro de caixa motivou a briga que terminou com a morte de Hugo.

A denúncia do MPE (Ministério Público Estadual) aponta também que uma das motivações seria perder um carro que Hugo havia emprestado a ele e vantagens financeiras, adquiridas da relação de confiança que mantinha com a vítima.

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