ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, DOMINGO  28    CAMPO GRANDE 31º

Capital

"Torturou e matou, quero a pena máxima", diz mãe de comerciante assassinado

Maykon Lucas Matias, de 23 anos, acusado de matar Hugo Gonçalves Insabralde, 29, é julgado hoje na Capital

Dayene Paz | 22/07/2022 10:31
Maykon é julgado por homicídio triplamente qualificado. (Foto: Henrique Kawaminami)
Maykon é julgado por homicídio triplamente qualificado. (Foto: Henrique Kawaminami)

Só as lembranças ficaram no coração de mãe, que se despediu do filho de forma tão trágica na noite do dia 4 de janeiro de 2021. Morto aos 29 anos, Hugo Gonçalves Insabralde, foi ferido a tiros, facadas e com taco de sinuca no Bairro Danúbio Azul . Agora, o coração da mãe, Cecília Gonçalves só pede uma coisa: "Justiça, para que ele não saia e faça com outra família o que ele fez com a minha".

O réu pelo crime é o próprio "amigo" de Hugo, Maykon Lucas Matias, de 23 anos, julgado nesta sexta-feira (22). Ele foi denunciado por homicídio triplamente qualificado. As famílias, do réu e da vítima acompanham o julgamento, presidido pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos.

Em frente ao Tribunal do Júri a família da vítima conversou com a reportagem do Campo Grande News. "Primeiro me dá um abraço?", pediu à mãe antes de iniciar a conversa. "Vocês me ajudaram muito, só tenho a agradecer".

Entre as fotos que mostrava no celular, Cecília tentava ser consolada pela família e lembrou da luta do filho para erguer a conveniência, onde ele acabou assassinado. "Ele com o irmão compraram um terreno e construiram, eu e minha filha moramos juntos e os dois mantinham a casa. Mas, quando o meu filho caçula morreu de câncer com quatro anos de idade, eu não consegui ficar na casa".

Cecília então resolveu vender o imóvel, época em que Hugo abriu a conveniência do Danúbio Azul. "Eu vendi a casa e ele falou mãezinha vamos abrir um mercado, só que iria dar muito trabalho, aí começou um mercadinho e conveniência junto", lembra.

Cecília conta que Hugo acabou empregando Maykon, que começou a trabalhar na conveniência. "Era uma pessoa boa, ele só queria ajudar os outros, era família, dedicado, mas deu emprego para uma pessoa que matou e torturou". Neste momento, Cecília chorou. "Faltou pouco para arrancar a cabeça. O corpo estava todo perfurado, pois antes de matar ele torturou. A única coisa que quero é justiça, a pena máxima".

A esposa de Hugo, que pediu para não ter o nome divulgado, também acompanha o júri ao lado da sogra e pede justiça. "Ele [Maykon] vai sair e tem o filho dele pequeno, a minha filha ficou sem pai e eu fiquei sem marido. Estou lutando para criar minha filha, que chora, vive tendo pesadelo, chamando pelo pai", lamenta.

Júri - Maykon é acusado por homicídio triplamente qualificado, sendo as qualificadoras o motivo torpe, já que ele teria matado Hugo para continuar tendo proveito do carro que pegava emprestado; por usar de recurso que dificultou a defesa da vítima, por ter pego Hugo de surpresa; e meio cruel, já que, mesmo depois dos três tiros, esfaqueou Hugo e o espancou com um taco de sinuca.

O crime – O homicídio aconteceu na noite do dia 4 de janeiro de 2021, na conveniência de Hugo. Maykon disparou três tiros contra a vítima, deu vários golpes de faca e só parou quando o cabo quebrou. Depois, pegou um taco de jogar sinuca e continuou com as agressões, também até o taco quebrar. O crime foi filmado por câmeras de segurança.

Depois, o assassino fugiu com um dos carros da vítima, um VW Gol, encontrado no dia 5, no Bairro Nova Lima. No dia 12 de janeiro, Maykon foi preso escondido no Bairro Caiobá, na Capital.

Nos siga no Google Notícias