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Capital

Réus por espancamento dizem à justiça que só queriam ‘dar lição’

Audiência foi realizada na tarde de hoje e durou cerca de 3h

Guilherme Henri | 06/09/2017 18:15
Na imagens, Jhonny aparece chutando o rosto do rapaz (Foto: Reprodução/vídeo)
Na imagens, Jhonny aparece chutando o rosto do rapaz (Foto: Reprodução/vídeo)

Réus pelo espancamento que quase levou à morte um jovem de 18 anos, afirmaram ao juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Carlos Alberto Garcete de Almeida, que não tinham a intenção de matar, apenas de dar uma lição no rapaz.

A afirmação foi feita durante a segunda audiência do caso, realizada na tarde desta quarta-feira (6). Jhonny Celestino Holsback Belluzzo, 20 anos, Alessandro Ronaldo Mosca Júnior, 22 anos e José Guilherme do Carmo Weiler respondem por tentativa de homicídio qualificado. Já, Eduardo de Paula Mendonça Filho, 23 anos por tentativa de homicídio simples.

A violência aconteceu em setembro do ano passado e ganhou repercussão depois que um vídeo, que mostra a brutalidade das agressões, viralizou nas redes sociais.

Em seu depoimento, Jhonny assumiu as agressões, mas afirmou estar arrependido e se pudesse pediria perdão novamente ao jovem. “A princípio fui até onde estava apenas para saber o porque ele mijou no meu carro, mas a situação saiu do controle. Nunca quis matá-lo a intenção era de dar apenas uma lição”, diz o jovem, que abandonou o perfil de “pit boy” e agora está de cabelos grandes, óculos e não frequenta mais academia.

Segundo Jhonny, as consequências de seus atos foram além da balança do judiciário e foram parar nas mãos dos homens. “Até semana passada eu recebi ameaças. Quando saio de casa sou perseguido nas ruas, parei de estudar presencialmente, precisei vender meu carro para pagar advogado e uma delegada ligou para minha família dizendo que usaram meu nome para cometer crimes em Maringá (PR)”, relata.

Jhonny no dia que prestou depoimento na 1ª Delegacia de Polícia Civil (Foto: arquivo/Alcides Neto)
Jhonny no dia que prestou depoimento na 1ª Delegacia de Polícia Civil (Foto: arquivo/Alcides Neto)

Opinião que foi compartilhada por seu amigo Alessandro, que além de dizer que também está arrependido de ter participado da “sessão de agressões”, afirmou que tentou evitar mais agressões a vítima. “No momento em que Jhonny aplica um golpe 'mata leão' eu peguei o braço dele com força e pedi para que ele parasse”, alega.

Ainda segundo o acusado, toda a situação foi motivada pela indignação dos participantes da festa mediante ao fato do jovem agredido ter urinado no carro de Jhonny. “Nada foi planejado”, desabafa.

Participação – Em sua fala, José Guilherme afirmou que desferiu apenas um chute na vítima, que já estava caída no chão, pois seu carro também foi alvo da urina do jovem. “Fui atrás de todos, quando cheguei lá a confusão já estava armada. Não vi muito bem, porém dei a volta e consegui chegar perto. Nesse momento eu chutei o jovem, pois estava com raiva por ele também ter mijado no carro que era do meu pai, mas o arrependimento foi quase instantâneo”, diz.

Carona – Respondendo por tentativa de homicídio simples, Eduardo esclareceu que apenas deu carona a Jhonny e Alessandro para que chegassem até o rapaz agredido. “O Jhonny me pediu carona e como disse que iria apenas perguntar o porque o jovem tinha mijado no carro dele eu o levei”, afirma.

Testemunhas – Além dos acusados, também foram ouvidas oito testemunhas de defesa. A princípio tinham sido apresentadas 21. A audiência durou cerca de 3h.

A primeira audiência ocorreu no dia 5 de julho deste ano, quando foi ouvido o depoimento da vítima. Na audiência, também foram ouvidas as testemunhas de acusação.

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