ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Santa Casa denuncia caos depois de receber 134 pacientes mesmo sem ter vaga

Hospital fez reclamação formal contra a Central Municipal de Regulação ao CRM

Anahi Zurutuza | 23/09/2020 10:41
Uso de ambú, respirador manual, indica situação grave em relação à falta de leitos de UTI (Foto: Santa Casa/Divulgação)
Uso de ambú, respirador manual, indica situação grave em relação à falta de leitos de UTI (Foto: Santa Casa/Divulgação)

Depois de receber, em 48 horas, 180 pacientes, dos quais 134 foram encaminhados ao hospital no sistema chamado “vaga zero”, a direção da Santa Casa de Campo Grande voltou a denunciar “situação crítica”. Documento enviado ao CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul), alerta para o “altíssimo risco de desassistência aos pacientes”.

Não é de hoje que o hospital trabalha à beira do colapso. Do meio do ano para cá, a Santa Casa – referência em atendimento de alta complexidade, como casos graves de neurologia e ortopedia – vem fazendo alertas para a superlotação. Em julho, chegou-se ao ponto de pacientes serem mantidos vivos por meio do ambu, por falta de respiradores mecânicos.

O caso voltou à tona em setembro. No dia 16, o hospital divulgou que havia recebido na primeira quinzena do mês, 1.431 pacientes, 520 a mais que no mesmo período em 2020. Para a Santa Casa, a superlotação seria por conta das flexibilizações das regras para evitar a covid-19, por estar na retaguarda das unidades responsáveis por receber os pacientes com suspeita ou confirmados com o novo coronavírus.

Agora, o hospital denuncia o uso indiscriminado do recurso “vaga zero”, quando paciente é levado para a instituição mesmo diante da informação de falta de vagas, profissionais, medicamentos ou equipamentos para atendê-lo. A

Segundo a Santa Casa, a dificuldade de manter os estoques de materiais e equipamentos “em níveis minimamente aceitáveis para não comprometer a assistência aos pacientes de urgência e emergência” foi informada à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

No documento, o diretor-técnico, José Roberto de Souza, informa ainda que na segunda-feira (21), a instituição avisou sobre a falta de materiais para a realização de cateterismos e angioplastias e pediu que o envio de pacientes com problemas cardíacos fosse suspenso temporariamente, o que não aconteceu.

Os 134 pacientes “vaga zero” chegaram à Santa Casa entre domingo e segunda. O hospital teme que pessoas morram por falta de assistência.

“A atitude da regulação continua expondo os pacientes à evidente situação de riscos assistenciais, potencialmente graves e fatais”, informa a denúncia.

O Campo Grande News fez contato com a Sesau, mas até o fechamento da matéria, não havia retorno sobre a situação.

Nos siga no Google Notícias