Santa Casa começa a digitalizar serviços e terá agendamentos via WhatsApp

A Santa Casa de Campo Grande deu início a uma mudança estrutural nos serviços prestados aos pacientes. A partir deste mês, será possível remarcar retornos de consultas por meio do WhatsApp, sem a necessidade de ir até o hospital. A medida faz parte do Marco Digital, programa lançado nesta segunda-feira (7), que pretende tornar os processos da instituição 100% digitais em até quatro anos.

O programa reúne soluções tecnológicas voltadas tanto para o atendimento ao público quanto para a gestão interna. Entre os pilares do projeto estão: a digitalização de prontuários, por meio do sistema SAME; o ensino a distância na Escola de Saúde, por meio do Sages; a tramitação virtual de processos administrativos, com o uso do Vital Doc; e a criação de um canal de atendimento via WhatsApp, por meio do Conecta.

Segundo a presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, o novo sistema vai aliviar o fluxo de pessoas no hospital e reduzir custos operacionais em até R$ 200 mil por mês. O contrato com a empresa Red Value, responsável pela digitalização e implantação dos sistemas, tem valor mensal de R$ 150 mil.

“No ambulatório central, atendemos cerca de 500 pessoas por dia, sendo que grande parte vem só para marcar retorno. Agora, elas poderão fazer isso digitalmente. Isso traz economia porque reduz a necessidade de pessoal e uso de papel”, afirmou Alir.

A expectativa é de que, com o novo canal digital, menos pessoas precisem se deslocar até o hospital apenas para reagendar consultas. “O atendimento será mais prático e humanizado. O chat responde automaticamente e, quando necessário, alguém assume a conversa”, explicou Maurício Benitez, representante da Red Value.

O número utilizado será (67) 98402-9508, que está em fase de implantação e, por enquanto, deve ser usado apenas para comunicação sobre agendamentos, confirmações ou remanejamentos de consultas. Ainda não há data definida para o início oficial, mas a previsão é que o serviço comece nos próximos dias.

O hospital também vai digitalizar todo o seu acervo de prontuários. Segundo a supervisora do SAME (Serviço de Arquivo Médico e Estatística), Monique Gregório, o volume é de quase 2 milhões de documentos. A previsão é que o processo leve entre três e quatro anos.

“Hoje, atendemos cerca de 2 mil a 2.500 pedidos de cópia por dia, só de pacientes externos. Ainda tem a demanda da auditoria, do jurídico, da Escola de Saúde. Somos a terceira maior Santa Casa do país, então o volume é grande. A digitalização vai permitir acesso mais rápido e seguro às informações”, afirmou Monique.

Para viabilizar a digitalização dos prontuários, a Santa Casa contou com investimento de R$ 1,5 milhão, por meio de emendas parlamentares da bancada federal. A Red Value será a responsável por executar a digitalização do acervo e implementar os sistemas do Marco Digital.

Ensino a distância - A digitalização também será incorporada à Escola de Saúde da Santa Casa. O diretor da unidade, Fabio Edir, explicou que os cursos técnicos e de graduação passarão a ter parte das aulas teóricas e avaliações no formato EAD, pela plataforma Sages. Segundo ele, apenas disciplinas permitidas pela legislação poderão ser ofertadas a distância.

“Atualmente temos 15 residências médicas e uma multiprofissional além de cursos técnicos e capacitações para enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, técnicos de raio-X, entre outros. Toda a parte teórica possível será feita via EAD. Os residentes, por exemplo, já assistem aulas online e tiram dúvidas com preceptores”, disse.

Fabio também destacou que a meta é digitalizar todos os processos da Escola de Saúde, como vestibular, matrícula, emissão de certificados e diplomas. “O aluno faz tudo online, desde o pagamento via PIX até a emissão do diploma digital validado pelo MEC”, completou.

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