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Capital

“Se você me ama, larga essa arma e me ajuda”, pediu irmão antes de morrer

Mariana Lopes, Viviane Oliveira e Paula Vitorino | 10/04/2012 13:38

Em conversa informal com a delegada, adolescente conta como matou os dois irmãos no último sábado e não demonstra arrependimento

Em depoimento, adolescente disse que irmão pediu ajuda antes de morrer. (Foto: Minamar Júnior)
Em depoimento, adolescente disse que irmão pediu ajuda antes de morrer. (Foto: Minamar Júnior)

A delegada da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), Maria de Lourdes Souza Cano, conversou na manhã de hoje (10), com o adolescente de 15 anos que matou os irmãos Rodrigo dos Santos Vilar, 20 anos, e Walquiria dos Santos Vilar, 22 anos, no último sábado (7), no bairro Moreninha II.

A delegada disse que o garoto contou a ela que, antes de morrer, Rodrigo pediu a ajuda dele. “Se você me ama, larga essa arma e me ajuda”, disse a delegada, usando as palavras do adolescente. Ela esclareceu que foi uma conversa informal, que não vale como depoimento no inquérito.

No dia do crime, segundo a delegada, o adolescente pegou a arma do pai, foi até o quarto do irmão, mirou no coração dele e atirou. Rodrigo não morreu na hora. Ao ouvir o barulho do disparo, a irmã Walquíria foi até o quarto e perguntou o que estava acontecendo.

Nesse momento, o adolescente atirou nela também. A jovem saiu correndo para o quarto dos pais para pedir socorro, mas eles não estavam. No outro cômodo, o garoto disse que atirou de novo na irmã, atingindo-a na nuca.

Em seguida, o adolescente voltou ao quarto de Rodrigo, momento no qual ele pediu a ajuda. Segundo a delegada, o adolescente nada fez e assistiu a morte do irmão.

"Matava qualquer um” – Ao ouvir o barulho dos tiros, a vizinha da família bateu na casa para saber o que estava acontecendo. De acordo com a delegada, o garoto disse que também teria atirado nela caso entrasse na casa e visse tudo.

Questionado sobre a chegada de outras pessoas, como os próprios pais, o garoto concluiu: “Mataria qualquer um que chagasse naquele momento”.

Frieza - Maria de Lourdes ainda conta que o adolescente diz detalhes da ação sem demonstrar algum tipo de preocupação ou arrependimento.

“Ele disse que sabe o que fez, mas que faz as coisas e depois não sabe explicar o porquê. Ele é diferente, não chora, parece não estar arrependido”, relata.

O adolescente afirmou que não teve motivos para matar os irmãos e que os dois eram carinhosos.

Durante o depoimento do adolescente, os pais estavam na delegacia, mas sem saber da presença do garoto. A mãe disse à delegada que, por enquanto, não quer ver o filho. Os pais estão muito abalados.

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