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Capital

Secretário de Saúde diz que Marquinhos Trad quer 'melar' conquista do Estado

Geraldo Resende afirmou que prefeito da Capital cria falsa narrativa e escuta apenas dirigentes de entidades

Gabriela Couto | 26/06/2021 15:59
Secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, durante o momento de aplicação da vacina contra a covid (Foto Henrique Kawaminami)
Secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, durante o momento de aplicação da vacina contra a covid (Foto Henrique Kawaminami)

Secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, disse que está preocupado com o debate que pode surgir após o prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD) questionar a desigualdade na distribuição das 150 mil doses de vacina da marca Janssen que serão utilizadas para imunizar toda a população adulta de 13 municípios da faixa de fronteira para um estudo do comportamento da pandemia.

"O prefeito quer criar uma narrativa falsa e fora de contexto. Esse discurso pode suscitar debates e abortar todo um trabalho de pesquisa que está pronto para ser executado. Se isso acontecer a responsabilidade tem que cair sobre o prefeito Marquinhos Trad. Ele quer melar essa conquista do Estado. Pode atrasar o processo de vacinação de nossa gente", afirmou Resende.

Segundo o secretário, foram três meses de trabalho para convencer o Ministério da Saúde a disponibilizar o fundo de reserva de 5% das doses para a pesquisa. A articulação contou com o apoio inclusive da bancada federal do Estado, liderada pelo irmão do prefeito, o senador Nelsinho Trad (PSD).

"Estou inconformado com essa birra do prefeito. Até hoje todas as 27 remessas de vacina que chegaram foram distribuídas pelo mesmo critério para todos. Essas 150 mil doses que vão para a fronteira, automaticamente serão repostas e redistribuídas para os demais municípios", destacou.

Geraldo Resende acredita que o prefeito não tem escutado a equipe de saúde da Capital.

"O secretário municipal de Saúde de Campo Grande, José Mauro Filho, não consegue mostrar para o prefeito que essa vacinas não são do Estado. Eu fico pasmo dessa narrativa que está costurando inclusive utilizando outras instituições e entidades porque parece não dar ouvido ao secretário e dá ouvido a dirigentes de outras entidades, como a CDL (Câmara dos Dirigentes Logistas), na pessoa do presidente Adelaido Vila. Ele é o infectologista predileto do Marquinhos, o guru dele no combate a covid", desabafou o secretário.

Para Resende o prefeito se colocou contra os 13 municípios e a região de fronteira. "O mais estranho é que o secretário José Mauro esteve recentemente em Brasília e pediu 370 mil para imunizar só a população de Campo Grande. Como não conseguiu até agora? Parece aquelas crianças que querem pegar a bola, a camiseta e não deixar ninguém jogar."

De acordo com o secretário todas as decisões de distribuição de doses são feitas por meio de reuniões do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde).

Ele disse que Campo Grande teria sido privilegiada com doses a mais durante o período que foi preciso fazer compensação de vacinas que tinham sido aplicadas como d1, quando tinham que ser aplicadas como d2. Além disso todos os municípios do Estado receberam vacina remanejadas do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena).

Por último, Geraldo Resende classificou Marquinhos Trad como rebelde nos últimos 14 dias após alterar os decretos municipais flexibilizando as regras que tinham sido impostas pelas novas classificações do Prosseguir. Ele ainda pediu uma resposta para a população em relação a promessa que o prefeito teria feito em relação a falta de leitos na Capital.

"Podiam pedir para verificar e averiguar quantas pessoas morreram nas UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) esperando um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O prefeito saiu dando entrevista por aí dizendo que ninguém iria morrer na Capital por falta de atendimento e 67 sul-mato-grossenses morreram. Isso é trágico."

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