Sem confirmação, denúncia contra posto no Facebook vira caso de polícia
Internauta postou informação de que estabelecimento tinha irregularidade na venda de produto, Procon fiscalizou e não achou problema e donos chamaram a Polícia contra o denunciante
Virou caso de Polícia denúncia feita no Facebook por cliente de um posto de combustíveis, em Campo Grande. No último domingo (29), Cristian Perondi, ao abastecer o carro dele no posto Kátia Locatelli, na avenida Mato Grosso, postou na rede social a informação de que constatou irregularidade com relação à quantidade de combustível abastecido no veículo.
“Ser furtado e não poder fazer nada, é f...! Carro com um quarto de tanque e capacidade total de 57 litros com a reserva, conseguiu abastecer 53,082 litros. Fiquem espertos. Posto Kátia Locatelli (Ceará com a Mato Grosso). Única coisa que posso fazer”, escreveu.
A postagem ganhou repercussão o ponto de a Polícia e o Proncon fazerem fiscalização no estabelecimento, sem constatar problema. De acordo com a proprietária do estabelecimento, Kátia Aparecida Locatelli de Souza, a atitude do cliente causou grande transtorno.
Segundo ela, ao achar que estava sendo lesado, o cliente questionou o frentista relatando que algo estava errado. Porém, o funcionário disse que estava sozinho e era para ele passar no dia seguinte e conversar com o gerente e a dona do posto.
Kátia relata, que ao ser informada sobre o ocorrido, entrou em contado com Cristian para ele ir até o posto e acompanhar a aferição da bomba. Mas, segundo ela, o rapaz não apareceu.
Com toda a repercussão, o delegado Wellington de Oliveira, acompanhado de dois peritos, esteve hoje pela manhã no posto e foi feita a aferição na bomba que abasteceu o carro do cliente. De acordo com o delegado, nenhuma irregularidade foi encontrada. “A primeira aferição deu menos 40 e a segunda mais 20. Pela legislação pode dar até 100 ml de variação. Isso está dentro da lei”, explicou o delegado.
Na terça-feira (30), uma equipe do Procon fiscalizou o posto e, segundo o superintendente do órgão, Lamartine Ribeiro, nenhuma irregularidade foi constatada. A fiscalização foi motivada pela postagem no Facebook.
Agora, sem a constatação da denúncia, Cristian é que virou denunciado. De acordo com o delegado, ele será intimado a assinar um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) por calúnia e difamação. O delegado explicou que o cliente deveria ter registrado um boletim de ocorrência contra o posto, antes de postar a denuncia na rede social.
O Campo Grande News entrou em contato com Cristian Perondi, mas ele não quis se manifestar e pediu para reportagem entrar em contado com o advogado dele, Renato Rocha.
O advogado informou que estava se interando do caso e queria analisar a situação para ver o procedimento a ser adotado.