Sem cuidados, pedra e barro de obra vão parar no meio de rotatória movimentada

Condutores redobram a atenção, mas os motociclistas acabam derrapando em meio ao barro e pedras que se espalharam pela via após as chuvas, na rotatória da Avenida Ceará com a Rua Joaquim Murtinho, na Vila Antônio Vendas. A sujeira foi arrastada pelas águas das chuvas de segunda-feira (19) à noite, se estendendo por cerca de 200 metros, desde uma obra de calçamento na esquina com a Rua São Francisco de Assis.

De carro, quem passa pelo local se pergunta: quem vai fazer a limpeza? Para quem está a pé, outro problema: a calçada tomada de barro faz o pedestre transitar pela via se arriscando entre os veículos que passam em alta velocidade. Dos cerca de 180 metros de calçada que está sendo construída desde a Rua São Francisco, falta quase a metade.

O mestre de obras informa que o responsável pela obra deve providenciar a limpeza da via e, quanto ao calçamento, não foi pensada uma rota alternativa segura para o pedestre porque a obra, iniciada no sábado (17), é feita por partes e em ritmo acelerado, mas as chuvas prejudicaram o trabalho dos últimos dias.

Após explicar os motivos, o funcionário, que prefere não se identificar, passa o contato do responsável pela obra do prédio que será destinado à locação comercial. O responsável não atendeu às ligações, mas o funcionário disse que informaria sobre os problemas questionados pela reportagem.

Problema antigo - Não raro, obras previstas para terminar em pouco tempo obstruem totalmente a calçada, sujam ou até estragam o pavimento. O Campo Grande News já publicou, ao longo dos últimos meses, diversas reportagens que expõem casos semelhantes. Poucas situações acabam gerando multa.

A Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) informou, em julho, que das quase 7 mil obras fiscalizadas em 2021, 22,6% foram notificadas por irregularidades. Destas, apenas 9% foram convertidas em multas.

Na esquina das Ruas José Gomes Domingues e Manoel Inácio de Souza, no Bairro Santa Fé, mais um flagrante de descaso com o trânsito.

A sujeira da obra de calçamento se espalhou pelo asfalto e permanece ali sem providências. Se a terra não for varrida pelos responsáveis pela obra, o serviço vai sobrar para os varredores de rua.

Algumas obras fazem o reparo corretamente e evitam transtornos. Na Rua da Paz, quase esquina com a Rua Alagoas, no bairro Jardim dos Estados, a obra de um prédio que já dura mais de ano está chegando na fase final. A empresa terceirizada para fazer serviço de drenagem quebrou o asfalto, mas ao terminar os trabalhos está refazendo o pavimento e varrendo a via.

O que diz a lei - Sempre que houver necessidade de interromper o trânsito, deverá ser requerida licença prévia e o local deverá ser sinalizado de forma visível de dia e luminosa à noite, conforme a lei 2.909 de 1992, que institui o Código de Polícia Administrativa de Campo Grande.

A lei diz ainda que é proibido o depósito de quaisquer materiais, inclusive de construção, nas vias públicas em geral.

O responsável pela obra é, primeiramente, notificado para a regularização. Se não resolver o problema, recebe multa. A multa nestes casos varia entre R$ 1.363,75 e 5.455,00. Denúncias podem ser feitas à prefeitura, por meio do telefone 156.

A reportagem questionou a Prefeitura de Campo Grande e aguarda resposta sobre as providências a serem tomadas quanto ao barro e pedras na Rua Joaquim Murtinho, além da calçada da obra.

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