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Sem "inovação", tema de redação não surpreende professores da Capital

Eles acreditam no bom desempenho dos alunos, pois assunto foi trabalhado em sala de aula durante ano todo.

Anahi Gurgel | 05/11/2017 13:45
Professora do Ensino Médio durante aula em escola pública da Capital. Tema da redação não surpreendeu. (Foto: Anahi Gurgel)
Professora do Ensino Médio durante aula em escola pública da Capital. Tema da redação não surpreendeu. (Foto: Anahi Gurgel)

Seguindo a tendência das últimas edições, o tema da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2017 – que trata dos desafios para formação educacional de surdos no País - não surpreendeu professores de português em Campo Grande. Alguns já haviam trabalhado a proposta junto a seus alunos em sala de aula, e outros até acharam que houve “limitação” por parte do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

Em seu perfil no Instagran, a professora Raquel Rominini, divulgou que já havia proposto o assunto aos seus alunos neste ano. “O simulado foi trabalhado no segundo semestre. O desafio envolvia acessibilidade além do direito de ir e vir, englobando todas as formas de inclusão, de acessibilidade ao direto à educação”, disse ao Campo Grande News.

Ela, que havia apostado no “bullying” para cair na prova, já acertou o tema da redação do Enem quatro vezes consecutivas – de 2013 a 2016.

No ano passado, o tema foi Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil. Violência contra a mulher, publicidade infantil, lei seca e movimento imigratório também foram abordados nos últimos anos.

“É difícil saber do que trata especificamente o tema sem ver o painel de leitura completamente, que dá suporte para os alunos desenvolverem o texto, mas trabalhamos bastante o assunto e acho que eles se sairão muito bem”, acredita.

Também não foi surpresa para a professora Lorhaine Felipe do Amaral, 33. "Trata-se de um “recorte” de um assunto muito mais amplo que integra o cotidiano dos participantes: inclusão de deficientes na sociedade", disse.

Post no Instagran, em que profgessora de redação mostra que tema foi trabalhado em sala de aula neste ano. (Imagem: Instagran/Divulgação)
Post no Instagran, em que profgessora de redação mostra que tema foi trabalhado em sala de aula neste ano. (Imagem: Instagran/Divulgação)

“Nesse desafio, o aluno terá de abordar uma problemática muito maior, passando pelo preconceito em diversas esferas, como a educativa, já que a formação dos educadores não contempla a ideia da inclusão, e mercado de trabalho, que não prepara nem está preparado para receber esse público”, pontuou. 

“Acredito que irão se sair bem pois tudo isso reflete na vida desses jovens, com cidades não adequadas e até mesmo programas televisivos”, acredita. 

A proposta de redação do Enem sempre vem acompanhada de textos que podem servir de motivação para que os candidatos elaborem suas próprias produções. No entanto, o estudante não deve se restringir às ideias apresentadas, copiar trechos ou torná-los parte de sua argumentação.

“Fiquei indignada com o tema, porque achei uma limitação muito grande por parte do MEC [Ministério da Educação]. Não que acessibilidade não seja importante, mas acredito que o assunto deveria ter sido muito mais abrangente, contemplando todas as formas de deficiência, como trabalhamos junto aos nossos alunos neste ano”, afirmou a professora de redação Cláudia Regina da Silva, 52.

“Seria a mesma coisa que limitar o tema do ano passado, que foi Caminhos contra intolerância religiosa, somente ao preconceito contra umbandistas. Temos cegos, disléxicos e pessoas com muitas outras deficiências e dificuldade de inclusão. Discutir inclusão é fantástico, mas não com limitação”, enfatizou.

Acessibilidade, inclusive, foi novidade no Enem neste ano que, pela primeira vez, realizou videoprovas em Libras (Linguagem Brasileira de Sinais).

Avaliação - A estrutura da redação do Enem deve ser dissertativo-argumentativo e o candidato deve apresentar uma proposta de solução para o problema proposto, a chamada intervenção. Também deve ser apresentada uma referência textual sobre o tema.

As redações com sete linhas ou menos serão anuladas, bem como os candidatos que fugirem totalmente ao tema proposto e os que escreverem impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação.

Os textos serão avaliadas de acordo com domínio da norma-padrão da língua escrita, compreensão da proposta da redação e aplicação de conceitos de diversas áreas do conhecimento para desenvolver o tema; capacidade de selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações para defender um ponto de vista; conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação e elaboração de proposta de intervenção ao problema abordado, respeitando os direitos humanos.

Neste primeiro dia do exame, também terá provas de linguagens e ciências humanas.

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