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Capital

Sem tempo, Justiça adia definição sobre morte de delegado para fevereiro 2014

Vinícius Squinelo e Bruno Chaves | 18/12/2013 19:13
Acusados não foram ouvidos hoje (foto: Bruno Chaves)
Acusados não foram ouvidos hoje (foto: Bruno Chaves)

A Justiça não conseguiu finalizar hoje o depoimento de todas as testemunhas sobre o caso do assassinato do delegado aposentado Paulo Magalhães, executado no dia 25 de junho. A decisão do Tribunal do Júri foi adiada para 7 de fevereiro de 2014, quando deve sair a sentença dos acusados do crime.

Previstos para hoje (18), o depoimento dos réus - o guarda municipal José Moreira Freires, 40 anos, e o segurança Antônio Benites Cristaldo, 37 – foi adiado. Das 21 testemunhas arroladas pela acusação e defesa, sete foram ouvidas nesta quarta-feira, outras sete serão ouvidas no início do próximo ano, seis foram dispensadas e uma não foi notificada.

Segundo o juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, o caso é complexo e, como o judiciário entra em recesso nos próximos dias, a decisão sobre os acusados ficou para o dia 7 de fevereiro. Eles prestarão depoimento na mesma data, e as testemunhas que restaram serão ouvidas antes pelo Júri.

“É um processo muito complexo e sem ter dado tempo de ouvir todas as testemunhas, o dia de hoje foi muito produtivo”, comentou.

Além das sete testemunhas ouvidas hoje, fala uma de defesa de Antônio Benites e seis de José Freires.
Benites – Um amigo e um tio de Antônio Benites foram ouvidos hoje pelo Tribunal do Júri. Claudemir Dantas, que afirmou conhecer o réu há mais de 20 anos, negou que Benites trabalhasse para o jogo do bicho, hipótese levantada pela promotoria, mas entrou em contradição com Cristovão Cristaldo, tio do acusado, que confirmou o envolvimento.

Segundo Cristaldo, Benites já trabalhou como recolhedor de apostas do jogo do bicho, antes de atuar como segurança. Ele afirmou que o acusado dormiu em sua casa na véspera do assassinato, e saiu às 6h do dia 25 de junho.

A promotoria trabalha com a hipótese de que Paulo Magalhães pode ter tido o assassinato ligado ao jogo do bicho em Campo Grande.

José Moreira – Sobre o réu José Moreira Freires foram ouvidas duas testemunhas. A esposa, Maria Irismar da Costa Freires, professora de libras, contou sobre o rotina do marido, e afirmou desconhecer que ele era “um dos maiores pistoleiros de Mato Grosso do Sul”, nas palavras da promotoria.

Ela ainda falou que na véspera do crime, José Moreira a encontrou na saída de um curso, e afirmou que iria ir embora, ficar um tempo fora da cidade, mas que mandaria notícias, e que tinha dinheiro no guarda-roupas da casa.

Maria afirmou que só ficou sabendo do crime quando a polícia deu uma “batida” na sua casa.

Ela foi questionada de como tem condições de pagar o advogado Renê Siufi, um dos mais conceituados criminalistas do Estado. Ela afirmou que conversou com o profissional após indicação de uma amiga, e que eles acertaram um valor de R$ 1,5 mil. A renda dela e do marido era de aproximadamente R$ 5,8 mil, mas que ela tem a ajuda do sogro, da filha e de um irmão para pagar o advogado.

A amiga que indicou Renê Siufo, Kelly Fabricia Pereira Nogueira confirmou o fato. O irmão dela foi preso há sete anos, acusado de envolvimento na chacina da Vila Eliana. Ela comentou no depoimento que conversou com o advogado, que aceitou defender o irmão de graça. Ele hoje responde ao crime em liberdade.

Ligações profissionais – Além de familiares, prestaram depoimento hoje pessoas profissionalmente ligadas aos réus.

Omar Francisco El Kadri, filho do proprietário do hospital El Kadri, onde José Moreira e Benites trabalhavam, afirmou que viu José Moreira na sua casa, onde trabalha como segurança particular, às 17h, e que depois não o viu mais no dia do crime, que ocorreu à noite.

Daniel Ferreira da Costa, porteiro da casa de Omar, complementou o depoimento do patrão, informando que José Moreira saiu da residência por volta das 17h30 no dia do crime.

A última testemunha ouvida hoje, Deufino Gomes de Oliveira, porteiro do El kadri, comentou que no dia do crime José Moreira foi ao hospital, onde ficou até às 18h40 conversando com amigos. Ele não soube dizer qual era a moto do réu, fato questionado pela promotoria.

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