Sob suspeita de esquizofrenia, criança depende de doações para fazer exames
Carlinha sofre de doença mental ainda não diagnosticada e tem surtos frequentes; "vaquinha" pede doação de R$ 6 mil
Sem diagnóstico preciso e sem conseguir fazer exames necessários para isso, a pequena Carla Beatriz Ribeiro França, de 10 anos, depende de remédios fortes e muita superação da família para tentar levar uma vida “normal”.
A suspeita é que a menina tenha esquizofrenia, mas não há certeza. Segundo a família, há necessidade de uma ressonância e alguns outros exames para definir o diagnóstico e começar um tratamento eficaz, já que as medicações usadas até agora são apenas paliativas e para evitar possíveis surtos.
A primeira crise convulsiva teria ocorrido há uns cinco anos segundo a avó, Aparecida Ribeiro França, 63. “Ela teve a primeira crise tem mais ou menos cinco anos e há três a gente tenta cuidar. Os surtos são direto. Ela tá sentada e do nada começa a gritar, rir muito”, revela, com tristeza e cansaço.
Ela cuida junto com o marido tanto da neta, quanto da mãe dela, que tem 37 anos e também problemas mentais. As duas frequentam a Escola Especial Colibri, no bairro Santo Amaro. Mas com a pandemia, as atividades estão suspensas, e mãe e filha ficam em casa, sem cuidados especiais.
“Tem que ficar de olho para cuidar dela, come muito também. Tem dia que ela tá bem, mas aí começa a chorar e não sabe dizer o que está acontecendo”, conta a avó sobre a neta.
A família sobrevive do salário do LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social) e da aposentadoria do avô, por isso um parente, o aposentado Sílvio Ribeiro, 51 anos, resolveu fazer uma vaquinha online para tentar arrecadar R$ 6 mil para que Carlinha, como é chamada, possa fazer o exames que precisa.

“Tem mais de três anos que ela tenta uma ressonância de crânio, depois que ficou 20 e tanto dias internada no Regional com uma crise convulsiva. Saiu de lá com esse pedido e o SUS só manda de volta, na ouvidoria diz que o pedido foi devolvido. Outra médica se interessa, manda e é devolvido. A cada dois meses eu ligo, e nada”, conta Sílvio, que é sobrinho de Aparecida.
Segundo ele, o pedido de R$ 6 mil se baseia em uma cotação que fez em algumas clínicas sobre o valor de uma ressonância com sedação, que ficaria em torno de R$ 2,5 mil. Os demais exames - eletrocardiograma e ultrassom - são mais baratos, mas o valor ajudaria a fazê-los também. O que sobrasse, seria para ajudar a família mesmo tanto em transporte quanto na compra de remédios que nem sempre estão disponíveis nos postos de saúde.
“Coloquei R$ 6 mil na vaquinha porque tem as taxas de desconto. Se a gente conseguir a vakinha com R$ 3,5 mil líquido, ótimo. Se vier R$ 5 mil, R$ 6 mil, ótimo porque ela precisa às vezes comprar remédios e transporte”, informa, lembrando que em algumas crises, a menina tira a roupa onde estiver e a avó precisa de dinheiro pra um transporte por aplicativo, por exemplo.
Sílvio diz ainda que entre os remédios que a menina toma há os que são indicados para esquizofrenia e ansiedade, mesmo não havendo um diagnóstico preciso.
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Resposta - A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou sobre o caso da Carlinha que “há um pedido para ressonância magnética com sedação, onde não há prestador cadastrado na rede municipal.”.
Já sobre os demais exames necessários - ecocardiograma infantil, nefrologia Pediátrica e ultrassom pélvica -, “a Sesau está aguardando a abertura de vaga para o agendamento dos exames.”