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Capital

Suspeita de matar manicure era amiga “invejosa e ciumenta”, diz mãe

Alan Diógenes | 19/01/2016 19:15
Jeniffer foi encontrada morta com dois tiros em cachoeira próxima ao Inferninho. (Foto: Reprodução/Facebook)
Jeniffer foi encontrada morta com dois tiros em cachoeira próxima ao Inferninho. (Foto: Reprodução/Facebook)

A mãe da manicure Jeniffer Nayara Guilhermete de Moraes, 22 anos, encontrada morta no sábado (16), na cachoeira do Céuzinho, região do Inferninho, em Campo Grande, disse que uma das suspeitas de matar sua filha, identificada como Gabriela Santos, tinha sido bastante amiga da vítima na adolescência. Lucimar Vieira Guilhermete, 39, falou que a menina não saía da sua casa, na época, e já se mostrava ser uma pessoa invejosa e ciumenta.

Lucimar contou que Jeniffer conheceu Gabriela quando ainda trabalhava no Instituto Mirim. Na mesma época também conheceu Alisson Patrick Vieira, com quem saiu uma vez para ir a uma festa. Depois de seis anos, os três não se viram mais, mas Gabriela e Alisson viraram namorados, inclusive moravam juntos no Bairro Estrela Dalva.

Segundo Lucimar, devido a amizade que Jeniffer havia tido com Alisson, Gabriela sempre tinha ciúmes dela. “Só porque minha filha era bonita e querida por todos. As amigas dela me disseram que não houve nada entre ela e o Alisson, só que saíram uma vez como as pessoas saem com as outras para ir às festas”, explicou.

A mãe de Jeniffer disse que foi aí que os problemas começaram. Gabriela começou a “perseguir” a vítima dizendo que ela tinha um caso com Alisson. A cliente de Jeniffer, onde o carro com duas meninas a pegaram, momento em que ela fazia unha, falou que ela recebeu várias ligações de Gabriela e “tremia bastante”, antes de entrar no veículo alegando que “iria resolver um mal entendido”.

Lucimar mencionou que Gabriela havia morado no Bairro Nova Lima, próxima a sua casa e vivia causando confusão. Ela descobriu através de informações de conhecidos, que Gabriela "tinha se tornado com o tempo uma pessoa agressiva, que postava vídeos e fotos no WhatsApp agredindo outras meninas, queimando cigarros nos rostos delas e até mesmo quebrando pernas de rivais". Ela também descobriu que Alisson tinha uma passagem pela polícia por ter roubado uma caminhonete durante um assalto.

“Fiquei sabendo ainda que ele fazia tudo para esta tal de Gabriela, por isso não descarto a participação dele no crime. Também fiquei sabendo que eles dois tem participação no assassinato de uma travesti no Jardim Talismã”, contou a mãe de Jeniffer.

Com informações da polícia e de testemunhas, Lucimar descobriu que o veículo utilizado no crime, um Sonic, de cor branca, com placa de São Paulo, é de propriedade de Alisson e de seu avô. Também ficou sabendo que o rapaz e Gabriela teria fugido para o Rio de Janeiro ou para o Paraguai.

A Polícia prendeu também outra suspeita identificada como Emilly Karoliny Leite, 19. Ela teria confessado o crime para a própria mãe, segundo informações da Polícia Civil. Mas, a família de Jeniffer descobriu que a menina foi solta logo depois de prestar depoimento.

“Um terceiro nos falou que ela estava solta no Bairro Estrela do Sul. Minha irmã e familiares foram até lá e viram ela, que acabou fugindo. Como a polícia solta uma pessoa que é suspeita de participar de um crime tão cruel. Acho que deveriam pelo menos terminar a investigação para soltá-la. Quero justiça de qualquer jeito, não importa como vai ser feita”, destacou Lucimar.

Outra jovem que também estaria envolvida no crime, segundo a mãe da vítima, é uma adolescente de 17 anos. Ela estaria junto com Gabriela no momento em que pegaram Jeniffer em sua cliente. “Agora fico confusa. Porque a polícia me diz que haviam três mulheres no carro: Gabriela, a adolescente e Emily, mas outras testemunhas me disseram que eram duas mulheres e um homem, ou seja, Gabriela, a adolescente e Alisson”, finalizou Lucimar.

Ontem, várias pessoas foram ouvidas pela polícia, inclusive a mãe de uma das suspeitas. Hoje, a reportagem conseguiu contato com o delegado Alexandre Amaral Evangelista, da 2ª delegacia, responsável pela investigação, que não quis mais detalhes sobre o caso. Ele marcou uma coletiva de imprensa para a tarde desta quarta-feira (20).

Crime cruel - O corpo de Jeniffer foi encontrado por frenquentadores da cachoeira na região do Inferninho e tinha marcas de tiro no rosto e no abdómen. O Corpo de Bombeiros foi acionado no dia do crime, mas a referência era o Inferninho e nada foi encontrado no local. Em outra ocasião, os bombeiros foram acionados novamente, fizeram buscas e conseguiram encontrar o corpo na água em uma área de difícil acesso.

A jovem havia saído de casa com materiais da manicure e pedicure, além de calças para revender a uma cliente. Nenhum deste materiais e nem correntes de ouro da vítima foram encontrados junto ao seu corpo. Ela e o marido tinham planos de viajar para São Paulo, em fevereiro, junto com o filho de 1 e 9 meses.

A família de Jeniffer mora no Bairro Vida Nova III. Ela morava com o marido e o filho no Bairro Otávio Pécora. "A rotina deles era normal. Ela saía para trabalhar em um salão de beleza no bairro, além de trabalhar por conta própria como manicure e pedicure. Já ele saía para trabalhar vendendo e comprando carros. No tempo livre e nas folgas, ambos ficavam em casa com o filho, não eram de sair. Depois da morte, ele está abalado, não dorme e não come, ninguém consegue responder o que de fato aconteceu", disse a avó do viúvo, Oscalina Tiago da Silva, 74.

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