Temporal deixou muito barro, transtorno e até ônibus atolado no Bom Retiro
A prefeitura informou que a manutenção no bairro será feita quando as condições climáticas permitirem

Após chuvas intensas no fim de semana, esta segunda-feira (14) foi de "ressaca" para moradores do Bairro Bom Retiro, que ainda enfrentam os transtornos do temporal. As ruas continuam tomadas pelo barro, o que dificulta a saída de casa. Hoje, até o ônibus do transporte coletivo atolou, piorando a situação.
Já na primeira volta do dia, às 5h da manhã, um ônibus da linha 206, que passa pelos bairros Vila Nasser, Bom Retiro e Centro, atolou na Rua Dulcimar Martins Galvão, na esquina com a Marcílio Cardoso. No local, 20 estudantes e trabalhadores aguardavam para pegar o transporte.
Em frente ao ponto de ônibus, a reportagem encontrou Gilvani Ramos Silva, 49 anos. “Não é o primeiro ônibus que atola”, conta a técnica de enfermagem. “Hoje deu dó de ver os alunos indo pra escola, muita lama e eles com os pés sujos, não é a primeira vez que fazem isso, tá difícil pra gente”, disse. A moradora espera por melhorias e pede para que a rua seja revestida com cascalhos para amenizar os estragos causados pela chuva.
Os passageiros e o motorista tiveram que descer do ônibus e entrar em outro para continuar o trajeto. Um monitor do consórcio Guaicurus ficou no local para esperar o guincho para desatolar o transporte.
Gilvani relata que a rua costumava ser lisinha, mas desde que fizeram obras de esgoto na região, o acúmulo de barro se tornou um problema. “Não tínhamos esgoto e eles vieram fazer, aterraram e deixaram essa terra solta e as valas grandes”, conta.
Jeferson Guilhem, 40 anos, mora há seis anos na Rua Álvaro Moura, que também faz esquina com a Marcílio Cardoso. Ele usa uma prótese na perna direita, o que dificulta ainda mais a locomoção pelo bairro. “Aqui é cheio de barro, carro e ônibus atola direto, eu uso prótese, fica pior ainda pra andar nessas ruas”, relata. Segundo o soldador, a casa não para limpa, pois o barro da rua acaba invadindo as residências.
Edorilde Souza Vargas, 62 anos, tem comércio na esquina da Rua Jobe de Matos com a Marcílio Cardoso. Ela relata se sentir prejudicada nos negócios, já que a clientela deixa de frequentar a conveniência por conta da dificuldade. “Domingo mesmo é o dia que mais temos movimento, e ontem não apareceu ninguém, porque o pessoal não quer sair de casa”, conta.
Moradora do bairro há 5 anos, Edorilde comenta que não consegue sair de casa por causa das condições da rua. “Entrar com o carro dentro de casa é quase impossível, a gente quase atola. Fora que suja toda a varanda, olha a situação dessa rua”, expressa. “Quando chove é barro, e quando não chove é poeira”, finaliza.
A reportagem do Campo Grande News procurou a prefeitura e foi informada que a manutenção no bairro será feita quando as condições climáticas permitirem.