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Capital

Testemunhas do caso Rayssa foram ameaçadas para mudar depoimentos

João Humberto e Jorge Almoas | 27/01/2011 20:25
Raysse, que após o acidente ficou com sequelas, no momento em que chegou ao Fórum hoje para acompanhar audiência. (Foto: João Garrigó).
Raysse, que após o acidente ficou com sequelas, no momento em que chegou ao Fórum hoje para acompanhar audiência. (Foto: João Garrigó).

Duas testemunhas arroladas no processo de lesão corporal grave contra Marcelo Olendzki Broch pelo acidente ocorrido no dia 21de abril de 2009 e que deixou sequelas graves na jovem Rayssa Favaro, disseram hoje, perante juízo, que foram ameaçadas pelo acusado a mudar seus depoimentos.

De acordo com uma das testemunhas, que estava numa festa no Clube Estoril, na madrugada do dia em que o acidente aconteceu, Marcelo chegou ao local e bebia um líquido de cor amarela. Ela não relatou com precisão o que poderia ser a bebida, porém confirma a coação.

Em agosto do ano passado, a testemunha passeava no Shopping Campo Grande quando se deparou com Marcelo. Ela admite que ele pediu para que seu depoimento fosse modificado.

Na ocasião, conforme a testemunha, Marcelo também advertiu que se o depoimento não fosse mudado, mesmo assim nada aconteceria com ele, uma vez que sua família tem dinheiro.

Após o fato, essa testemunha registrou boletim de ocorrência na polícia por coação. Além de ser acusado de praticar lesão corporal grave, Marcelo responde a um processo por ameaça.

Outra testemunha que foi ouvida hoje explanou que também estava no Estoril, quando viu Marcelo e o primo Gabriel (que no dia do acidente também estava no veículo) chegaram ao local por volta das 23h30 e saírem às 4h30. Perante o juiz a testemunha confirmou ter recebido ligação de um número privado, onde alguém do outro lado da linha fazia ameaças para que seu depoimento fosse mudado.

Dezesseis testemunhas deveriam ser ouvidas hoje no processo, no entanto, quatro faltaram. Dessas, três seriam usadas pelos advogados de defesa e acusação e apenas uma pela acusação.

Essas testemunhas, assim como mais seis de defesa, prestarão depoimentos numa nova audiência, programada para o dia 18 de abril.

Positiva - Advogado que representa Rayssa, Fabio Ferraz disse que a audiência desta quinta-feira foi bastante positiva, pois as pessoas confirmaram todas as informações que haviam sido apuradas, como excesso de velocidade do veículo Honda Civic, dirigido por Marcelo, e o semáforo, que estava aberto para Rayssa.

Valter Favaro, pai de Raysse, assegurou que as testemunhas que socorreram sua filha no dia do acidente disseram a ele que o sinal estava verde para ela. “Quem foi o responsável por tudo é o Marcelo”.

Tanto a família de Rayssa quanto a de Marcelo acompanharam a audiência. O acusado não demonstrou nenhum tipo de reação e nem foi ouvido.

Gabriel, o primo de Marcelo, que estava junto com o acusado quando aconteceu o acidente, prestou depoimento. A família deles não deu declaração à imprensa.

Quando a audiência terminou, Marcelo saiu pela porta dos fundos para evitar contato com a imprensa e também com os familiares de Rayssa.

A mãe de Rayssa, Nara Favaro, ficou muito emocionada ao falar com a imprensa. “Estão pintando aí que a minha filha é bandida, por estar na rua de madrugada, mas eu a conheço muito bem e creio que a Justiça será feita”.

Rayssa está confiante na Justiça e já admitiu à família que quando se recuperar, uma das primeiras coisas que quer voltar a fazer é dirigir.

Acidente – Rayssa conduzia um Fiat Uno pela rua Bahia e Marcelo um Honda Civic pela avenida Mato Grosso quando houve a colisão que jogou os carros a 36 metros do ponto de impacto. Rayssa teve traumatismo craniano, ficou meses internada e com sequelas. Já Marcelo não teve ferimentos.

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