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Capital

Thamara é condenada a 18 anos e nove meses por assassinar rival

Thamara confessou o crime e disse que agiu porque "vivia sendo provocada por Victória"

Luana Rodrigues | 20/09/2017 16:18
Thamara prestou depoimento em júri por meio de videoconferência. (Foto: Marina Pacheco)
Thamara prestou depoimento em júri por meio de videoconferência. (Foto: Marina Pacheco)

Um ano e dois meses após o crime, a Justiça condenou nesta quarta-feira (20) Thamara Arguelho de Assis, 22 anos, a 18 anos e nove meses de prisão em regime fechado pelo assassinato da adolescente Victória Correia Mendonça, 18 anos. O crime foi em 19 de julho do ano passado.

O conselho de sentença, por maioria dos votos declarados, condenou a ré por homicídio qualificado por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima – além de porte de arma de fogo. Thamara também terá que pagar uma multa por 20 dias como pena pecuniária.

Marcado para às 8h, o júri começou com 45 minutos de atraso devido a um problema no equipamento que transmitiu o depoimento da ré po videoconferência. O julgamento durou cerca de sete horas. Thamara confessou o crime e disse que agiu porque vivia sendo provocada por Victória, por meio de mensagem pelo WhatsApp.

“Pedi para urinar. Ela mandou que eu fizesse no jardim. Neste momento, decidi matá-la. Atirei uma vez. Ela tentou correr, mas continuei atirando”, afirmou durante julgamento por videoconferência.

A vítima mantinha relacionamento amoroso com Weverton. Questionada de como conseguiu a arma usada no crime, Thamara se esquivou e não disse.

No dia do assassinato, Thamara ligou para Victória. As duas se encontraram na casa da vítima. Elas discutiram. “Chamei um mototáxi. Enquanto isso continuamos a briga. Pedi para ir ao banheiro. Ela mandou que eu fizesse xixi no jardim. Mandei o mototáxi esperar na esquina e entrei no quintal para urinar. Foi nessa hora que fiz o primeiro disparo. Ela ainda tentou correr, mas continuei atirando”, relata. Victória foi morta com tiro na cabeça, na axila e nas costas.

A jovem completou o relato dizendo que não era a primeira vez que Weverton havia lhe traído. “Aconteceram outros vezes, mas tinha o perdoado”.

Após o crime, Thamara fugiu, mas se entregou três dias depois. Hoje, com dois filhos, uma delas bebê, a ré se diz arrependida. “Na vila onde moro é assim. A maioria das adolescentes está envolvida no mundo do crime. Eu, por exemplo, comecei a usar drogas com 14 para 15 anos”.

Vestidos com camisetas estampada com a foto de Victória, o pai e a madrasta da vítima tiveram que tirar a blusa e colocar pelo lado do avesso para participar do julgamento. A justificativa é de que não pode haver nenhuma manifestação no tribunal do júri.

Thamara, que foi presa três dias depois do crime, está na “Unidade Materno Infantil” do Estabelecimento Penal Feminino “Carlos Alberto Jonas Giordano”, em Corumbá. Ela havia pedido, por meio da defesa, para não acompanhar o julgamento, mas mudou de ideia. Ela não veio à cidade para não deixar a filha sozinha no presídio. 

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