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Capital

TJ prepara julgamento de Olarte e mais dois por ‘golpe do cheque em branco’

Defesa tentou sem sucesso ‘derrubar’ processo de instância e Seção Especial Criminal julgará ex-prefeito

Anahi Zurutuza | 11/04/2017 16:10
Gilmar Olarte quando foi preso pelo Gaeco no dia 15 de agosto de 2016, alvo da operação Pecúnia (Foto: Fernando Antunes)
Gilmar Olarte quando foi preso pelo Gaeco no dia 15 de agosto de 2016, alvo da operação Pecúnia (Foto: Fernando Antunes)

Por duas vezes, a defesa de Gilmar Olarte tentou tirá-lo “da mira” do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Contudo, com todas as fases do processo concluídas, a Seção Especial Criminal do TJMS se prepara para julgar a acusação de corrupção contra o ex-prefeito de Campo Grande pelo “golpe do cheque em branco”, investigado na Operação Adna.

Na segunda-feira (10), o desembargador José Ale Ahmad Netto determinou que ação seja inclusa na pauta de julgamento.

Olarte é acusado de pegar folhas de cheque “emprestadas” de fiéis da igreja Assembleia de Deus, antiga Nova Aliança – daí o nome dado à operação –, e trocar por dinheiro com agiotas.

Os recursos, que chegaram a somar prejuízo de R$ 800 mil para as vítimas, foram arrecadados para quitar dívida da campanha eleitoral de 2012, quando o pastor evangélico, fundador da Adna em Campo Grande, candidatou a vice-prefeito na chapa de Alcides Bernal (PP).

Ainda conforme apurou o MPE (Ministério Público Estadual), que começou a investigar o golpe em janeiro de 2013, Olarte ofereceu às vítimas vantagens como nomeações para cargos na Prefeitura de Campo Grande e contratos com a administração municipal.

Além de Gilmar Olarte, Ronan Edson Feitosa de Lima, que exerceu a função de assessor especial do município nomeado pelo ex-prefeito, e Luiz Márcio dos Santos Feliciano, que também teria ajudado o pastor nas negociações com as vítimas, são réus no processo.

Renê Siufi, advogado de Olarte (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Renê Siufi, advogado de Olarte (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

Manobra da defesa – Com o intuito de “derrubar” os processos que responde para julgamento na primeira instância, no dia 8 de setembro do ano passado, quando estava afastado do cargo de prefeito por decisão da Justiça na ação derivada da operação Coffee Break e preso, Olarte renunciou ao mandato.

Como o pastor havia perdido o foro privilegiado, no mesmo mês, o desembargador Luiz Carlos Bonassini, responsável pela análise da maior parte das ações contra Olarte, remeteu para o juízo de 1º grau, os processos da Coffee Break e da operação Pecúnia – a terceira força-tarefa deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) tendo como alvo principal o ex-prefeito.

Olarte foi solto no dia 27 de setembro, mas não conseguiu não se livrar o TJMS. A ação da Adna, a mais antiga, continuou nas mãos de Bonassini.

Em novembro, Renê Siufi, que já havia assumido a defesa do pastor, tentou novamente que o TJMS declinasse da competência de julgar Olarte, mas em janeiro deste ano o desembargador Claudionor Miguel Abss Duarte decidiu manter o processo na segunda instância.

A reportagem tentou contato com o advogado do ex-prefeito. Ele não atendeu às ligações e um recado foi deixado na caixa postal de Siufi.

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