Trio acusado de tentar matar peão em haras volta para a cadeia antes de júri
Esfaqueado no pescoço, Airton da Silva Cordeiro atravessou rio a nado para conseguir ajuda
Anderson Cabral da Silva, de 33 anos, o primo dele Tiago Gregório Moreira, 33, e um ex-funcionário Luiz Carlos Espíndola Silva, 29, voltaram para a cadeia nesta quarta-feira, dia 25, um dia depois de terem as prisões preventivas decretadas em processo por terem tentado matar peão em haras, em Campo Grande. Os três respondiam pelo crime em liberdade e iriam a júri popular hoje, se não tivessem “trocado” a defesa dias antes do julgamento.
O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, reagendou o júri para novembro, a pedido dos advogados do trio, mas ao reanalisar a situação dos três perante a Justiça, constatou que Luiz Carlos não comparecia em juízo desde março de 2018, Anderson deixou de se apresentar em setembro daquele ano e Tiago em junho de 2019.
“Assim, tem-se que, mesmo após assumirem compromisso de devidamente cumprirem com as medidas cautelares que lhes foram impostas para que pudessem responder ao processo em liberdade, deixaram de cumprir”, ressaltou o magistral do ao determinar as prisões por tempo indeterminado.
Os três mandados foram cumpridos hoje, um deles pela DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio). Com o preso em Campo Grande, policiais encontraram pistola calibre 22 e 15 munições. O homem responderá por posse ilegal de arma de fogo de uso permitido. Os outros dois acusados foram pegos em fazenda de Laguna Caarapã.
O crime – O trio foi preso em flagrante no dia 1º de dezembro de 2017, menos de 24 horas após o crime. Anderson é domador de cavalos e patrão de Airton (vítima) e Luiz (um dos envolvidos). Já Tiago é primo de Anderson e estava a passeio no haras, onde suspeitos e vítima bebiam.
Em meio à bebedeira, os homens discutiram. Imagens capturadas pela polícia mostram o momento exato da confusão. Contudo, após o que parece ser a briga os homens e a vítima vão para outro local, foram do alcance das de câmeras de segurança do haras.
Pouco tempo depois, o trio reaparece já carregando a vítima, que aparentemente está desacordada. Airton é colocado na carroceria de uma caminhonete Hilux, que conforme apurado pela polícia é de Anderson. “Tiago confessou que eles levaram a vítima até uma plantação de soja próximo ao haras. Lá, ele assume que esfaqueou a vítima duas vezes no pescoço e depois, com a ajuda dos comparsas, jogaram o corpo em um rio, pois tinham a convicção que a vítima estava morta ”, detalhou à época o delegado Carlos Delano, responsável pelas investigações.
Os três homens acharam que Airton não havia sobrevivido ao ataque, mas a vítima acordou em meio à correnteza, nadou até a margem, andou por uma plantação e foi salvo pelo Corpo de Bombeiros em uma estrada vicinal a 20 quilômetros da cena do crime. O trio vai a júri pelo crime no dia 17 de novembro.