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Capital

Uber alega postura inadequada e consegue manter motorista expulso

Reclamações de usuárias do aplicativo foram anexadas ao processo

Aline dos Santos | 05/04/2017 11:01
Aplicativo conseguiu decisão no TJ e motorista foi suspenso hoje de plataforma. (Foto: Divulgação/Uber)
Aplicativo conseguiu decisão no TJ e motorista foi suspenso hoje de plataforma. (Foto: Divulgação/Uber)

A Uber alegou comportamento inadequado e o TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) suspendeu a liminar que obrigou um motorista “descartado” a ser reinserido na plataforma do aplicativo.

Conforme a empresa Uber do Brasil Tecnologia Ltda, o motorista João José da Silva dos Santos, 30 anos, foi notificado por três vezes sobre avaliações ruins feitas por usuários, que incluíam conduta inadequada e condução perigosa.

Mantendo o nome dos denunciantes em sigilo, a Uber relata casos como de 3 de janeiro de 2017, quando uma usuária do aplicativo relatou que o motorista fez perguntas íntimas, recitou poesia citando que a desejava, falou coisas indecentes, desligou o aplicativo durante o trajeto e retardou o desembarque dizendo que a levaria ao cinema. Ela cita que não deu brecha para esse tipo de postura.

Um mês depois, outra usuária do aplicativo avaliou a conduta do motorista como inadequada. Em 5 de fevereiro, a reclamação foi de dirigir usando o celular. Na ocasião, a cliente disse que o condutor afirmou ter uma pistola e que era policial civil.

Segundo a empresa, que anexou os contatos por e-mail no processo, todas as reclamações foram informadas a João José. Ainda conforme a Uber, ele fez mal uso do aplicativo e foi o verdadeiro responsável pela rescisão do contrato. A média de avaliações foi de 4,59 estrelas. Enquanto a média exigida é de 4,7, de um máximo de cinco.

Na decisão, datada de segunda-feira (3 de abril), o desembargador Luiz Tadeu Barbosa da Silva avalia que a liminar deve ser suspensa para segurança dos usuários do aplicativo e em nome da imagem da empresa.

“A agravante Uber realizou o cancelamento do cadastro do agravado de forma motivada, visando manter o padrão de excelência de seus serviços, bem como para preservar a integridade física de seus usuários, já que aparentemente o autor se revela pessoa com conduta inapropriada para prestação do serviço”, informa o desembargador.

A liminar para que o motorista fosse reinserido na Uber foi concedida em 3 de março pelo juiz Juliano Rodrigues Valentim, da 4ª Vara Cível.

Pai de família – A defesa de João José informa que aguarda ser intimada no processo e quer a identificação dos denunciantes. “Segundo a Uber, foram três reclamações. Mas é um tela que pode ser forjada. Não tem prova de que existiram essas pessoas. A prova produzida não é confiável”, afirma o advogado Leonardo Nunes da Cunha de Arruda.

De acordo com o advogado, a partir da identificação das pessoas será registrado Boletim de Ocorrência por calúnia e difamação. “Querem denegrir a imagem de um pai de família, tenho esposa e filho. Vou esperar a Justiça”, afirma João José. Ele conta que hoje teve acesso à plataforma suspenso novamente.

“Desconheço esses fatos e essas queixas. Tem um monte de pessoas me elogiando, foram quase 300 viagens cinco estrelas, pessoas me elogiando. Dizendo motorista atencioso, educado, pessoa maravilhosa”, afirma.

Na ação, ele relata que até 2016 trabalhava no ramo de venda de doces, mas adquiriu um Ônix e trocou de atividade econômica para ser motorista na Uber.

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