Último dia de entrevista para ProUni tem fila e candidatos madrugando
Quem deixou para o último dia para passar pela entrevista a uma vaga no ProUni (Programa Universidade para Todos) teve de ter muita paciência. A fila era extensa na Uniderp/Anhanguera, onde alunos tiveram de madrugar para resolver o quanto antes.
O jovem Johnny Lucas Martins Pereira, 18 anos, está tentando uma vaga para estudar Engenharia Civil. Ele chegou já no meio da manhã e estava a mais de 1h esperando. “A fila ficou um tempão parada, agora que está fluindo mais”, conta.
Já a futura acadêmica Crislei Oliveira, 17 anos, se candidatou a uma vaga para Administração. Ela não estava há muito tempo na fila, havia acabado de chegar e ocupar o último lugar, sabendo que precisaria de muita paciência. “Eu não sabia que hoje era o último dia de entrevista, eu achei que era já para fazer matrícula”, relata.
Em Mato Grosso do Sul, das 4,2 mil bolsas ofertadas, a Uniderp/Anhanguera dispõe de 1,3 mil. Os candidatos tiveram do dia 24 de janeiro até hoje para passar pela entrevista.
Mas a confusão de filas não era só pelo ProUni. Ali também tinham alunos voltados para o Fies (Fundo de Financiamento do Ensino Superior). Além da fila, o problema também era a escassez de senhas.
Eloana Rita de Souza, 20 anos, quer cursar Odontologia e nesta manhã era a terceira vez que ela ia até a universidade, mas voltava de mãos vazias. De novo ela não conseguiu pegar a senha.
“Como eu moro em Coxim, é muito difícil até chegar cedo. Eu não sei como eu vou fazer para conseguir essa senha amanhã. Pelo que eu vi tem que madrugar aqui”, fala.
Também a espera de serem atendidas para o Fies, Jennifer Letícia dos Santos, 17 anos e a amiga chegaram às 4h50 da manhã. “E já tinham 18 pessoas na fila. Muita gente ficou sem senha”, completa. Elas madrugaram porque já tinham sido avisadas da demora na fila e da problemática das senhas.
Outra reclamação é quanto ao preparo dos funcionários para prestar as informações necessárias, tanto para o Fies, quanto para o ProUni. “O atendimento é demorado, eles não sabem informar. Desde dezembro eu estou vindo resolver coisas que poderia ter resolvido num dia só”, disse a candidata ao curso de Arquitetura, Juliane Christy Carvalho, 17 anos.
O professor responsável pelo Departamento de Controle Acadêmico da universidade, Emerson Corazza, explicou que a maior dificuldade tanto para os funcionários, quanto para os futuros acadêmicos é que os próprios estudantes não se informam direito.
“O regulamento está na página do Governo Federal, eles que não se informam para fazer os procedimentos”. Segundo o professor, para o período de entrevistas, o departamento se programou para atender 200 senhas por dia e até ontem, 720 futuros acadêmicos já tinham sido atendidos.
“Se precisar vamos ficar até meia-noite aqui para atender todo mundo”, completa. Emerson Corazza ainda afirma que o quadro de funcionários foram dobrados e que o procedimento é lento mesmo e que não depende da quantidade de expediente.
As filas para ProUni e Fies são separadas e os candidatos precisam se informar antes de ficar esperando. A fila, o professor explica que também é grande por conta de todos os outros serviços que são prestados aos acadêmicos que já estão matriculados.
Em relação ao Fies, Corazza ressalta que não existe prazo e que os estudantes não precisam enfrentar toda a fila que está agora, paralelo ao processo do ProUni. “Se fizer depois o Fies, o próprio programa ressarci todas as mensalidades já pagas”, diz.
Segundo números divulgados pelo MEC, o balanço final do ProUni registrou 1.032.873 inscritos. O total de inscrições foi 2.011.538, considerando que cada candidato teve a oportunidade de fazer até duas opções de curso.