Universidade afirma que clínica veterinária não possui irregularidades
Fiscalização alegou falta de documentação, profisisonais especializados e até remédios vencidos
Uniderp afirma que seu Hospital Veterinário está em dia com a documentação legal para prestar serviços e oferecer aulas práticas. Hoje (8), a unidade foi interditada pelo CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária) de Mato Grosso do Sul, sob justificativa de que não possui registro no órgão e está sem profissionais especializados.
"A instituição atende todos os requisitos legais para funcionamento do Hospital Veterinário e enviou a documentação necessária para o CRMV em fevereiro de 2022. Por fim, a universidade esclarece que os medicamentos apontados estavam separados para descarte e não foram utilizados em animais."
Foi informado que o local realiza apenas procedimentos eletivos agendados, buscando atender práticas do curso de Medicina Veterinária, desde março de 2020.
A universidade afirma que constrói uma nova clínica de pequenos animais na Uniderp Matriz, para onde as atividades de campo serão migradas. "A previsão para conclusão das obras é novembro deste ano, centralizando as aulas teóricas e práticas em um único campus."
Segundo a instituição, as aulas e serviços prestados na estrutura da Agrárias estão em processo de desativação desde julho.
Fiscalização - A ação contou com o apoio do Procon (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor). Os serviços prestados pela clínica universitária foram suspensos até que sejam corrigidas as irregularidades documentais junto ao conselho, além da apresentação formal de ampla defesa no Procon.
A clínica médica da instituição de ensino só poderá voltar a funcionar após autorização expressa dos referidos órgãos. Segundo o conselho, foi constatado que o curso de medicina veterinária e a fazenda escola não tinham médico-veterinário.
Foram constatadas ainda outras infrações graves como medicamentos vencidos expostos na farmácia e prateleiras da clinica escola, onde foram encontrados 130 frascos de medicamentos fora do prazo de validade, alguns desde 2019.
Conforme Thiago Fraga, presidente do CRMV, cumprir a legislação além de obrigação é fundamental e faz parte do ensino-aprendizagem. “O descumprimento põe em risco a qualidade do ensino e corrompe o que deveria estar sendo ensinado dentro da própria sala de aula."
"Compromete o ensino, coloca em risco o bem-estar dos animais e pode causar sérios danos e prejuízos aos responsáveis dos animais ali atendidos”, destacou. A interdição aconteceu na terça-feira (6).